terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Havemos de engordar juntos.

Normalmente, toda a gente está demasiado preocupada em colocar a barra que diz "cliente seguinte", estão ansiosos, nervosos, têm medo que aquele que está à frente lhes leve os iogurtes, têm medo de pagar o fiambre daquele que está atrás. Enquanto não marcam essa divisão, não descansam. Depois, não descansam também, inventam outras maneiras de distrair-se. É por isso que poucos chegam a aperceber-se de que a verdadeira imagem do amor acontece na caixa do supermercado, naqueles minutos em que um está a pôr as compras no tapete rolante e, na outra ponta, o outro está a guardá-las nos sacos.
As canções e os poemas ignoram isto. Repetem campos, montanhas, praias, falésias, jardins, love, love, love, mas esse momento específico, na caixa do supermercado, tão justo e tão certo, é ignorado ostensivamente por todos os cantores e poetas românticos do mundo. Bem sei que há a crueza das lâmpadas fluorescentes, há o barulho das caixas registadoras, pim-pim-pim, há o barulho das moedas a caírem nas gavetas de plástico, há a musiquinha e os altifalantes: responsável da secção de produtos sazonais à caixa 12, responsável da secção de produtos sazonais à caixa 12; mas tudo isso, à volta, num plano secundário, só deveria servir para elevar mais ainda a grandeza nuclear desse momento.É muito fácil confundir o banal com o precioso quando surgem simultâneos e quase sobrepostos. Essa é uma das mil razões que confirma a necessidade da experiência.
Viver é muito diferente de ver viver. Ou seja, quando se está ao longe e se vê um casal na caixa do supermercado a dividir tarefas, há a possibilidade de se ser snob, crítico literário; quando se é parte desse casal, essa possibilidade não existe. Pelas mãos passam-nos as compras que escolhemos uma a uma e os instantes futuros que imaginámos durante essa escolha: quando estivermos a jantar, a tomar o pequeno-almoço, quando estivermos a pôr roupa suja na máquina, quando a outra pessoa estiver a lavar os dentes ou quando estivermos a lavar os dentes juntos, reflectidos pelo mesmo espelho, com a boca cheia de pasta de dentes, a comunicar por palavras de sílabas imperfeitas, como se tivéssemos uma deficiência na fala.Ter alguém que saiba o pin do nosso cartão multibanco é um descanso na alma. Essa tranquilidade faz falta, abranda a velocidade do tempo para o nosso ritmo pessoal. É incompreensível que ninguém a cante.As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.
Havemos de engordar juntos.
Estas situações de amor tornam-se claras, quase evidentes, depois de serem perdidas. Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é atravessar sozinho os corredores do supermercado: um pão, um pacote de leite, uma embalagem de comida para aquecer no micro-ondas. Não é preciso carro ou cesto, não se justifica, carregam-se as compras nos braços. Depois, como não há vontade de voltar para a casa onde ninguém espera, procura-se durante muito tempo qualquer coisa que não se sabe o que é. Pelo caminho, vai-se comprando e chega-se à fila da caixa a equilibrar uma torre de formas aleatórias.
Quando se teve e se perdeu, a falta de amor é estar sozinho no sofá a mudar constantemente de canal, a ver cenas soltas de séries e filmes e, logo a seguir, a mudar de canal por não ter com quem comentá-las. Ou, pior ainda, é andar ao frio, atravessar a chuva, apenas porque se quer fugir daquele sofá.E os amigos, quando sabem, não se surpreendem. Reagem como se soubessem desde sempre que tudo ia acabar assim. Ofendem a nossa memória.Nós acreditávamos.Havemos de engordar juntos, esse era o nosso sonho. Há alguns anos, depois de perder um sonho assim, pensaria que me restava continuar magro. Agora, neste tempo, acredito que me resta engordar sozinho.

José Luís Peixoto , in revista Visão (Janeiro, 2012)
Retirado do site de José Luís Peixoto

No blog WebClub

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

DEUS anda cá , texto de José Luis Peixoto



Afinal, não era preciso chamá-lo. Ja cá estava.

Eles dizem que Deus vê tudo o que fazemos. Vê o obsceno, vê o repugnante, vê o miserável. Deus vê o invisivel. Se existir céu e inferno, fico contente por ti , mas, por mim, sinto um certo receio. Repara , eles não dizem que Deus vê algumas das coisas que fazemos, não dizem que Deus vê apenas aquilo que é mais interessante ou susceptivel de ser considerado na equação céu/inferno. Não, eles dizem que Deus vê tudo o que fazemos: tudo. Quando dormimos , Deus olha pacientemente para nós. Já olhei para ti enquanto dormias. Compreendo que Deus não se canse de fazê-lo. Também quando esperamos , Deus assiste à nossa espera. Também quando lavamos o carro numa estação de serviço.
Também quando passeamos no jardim ao domingo.
Ainda assim , quero pedir-te que não imagines Deus como um velho reformado, sem vida própria , submerso em memórias, sósinho, sentado num cadeirão gasto, a ver televisão numa sala com os estores corridos. Nada é assiim tão simples. Nem mesmo esse velho reformado é assim tão simples. Deus não vê apenas, Deus sabe. Ao contrário de mim, Deus não se detém perante o teu rosto, tentando perceber se queres ou não queres, se gostaste ou não gostaste, tentando perceber o que significa aquilo que dizes e aquilo que insistes em calar. Deus sabe a distância precisa entre a ponta do teu nariz e o z desta palavra: nariz. Sabendo tudo , Deus sabe muita informação desnecessária. Sabe tudo o que sabemos e tudo o que não sabemos. Quando estamos errados, Deus sabe detectar o erro, sabe corrigi-lo e sabe todas as possibilidades de resolução do problema, sem erro, com erro e com todos os erros possíveis.
Deus é muito mais exacto do que a matemática.
Melhor do que nós, Deus consegue entender a razão de cada gesto porque conhece todos os pormenores da sua história e relaciona-os através da verdade. Deus consegue ver o passado com a mesma nitidez absoluta com que olha o presente. Nas grandes multidões, nos apertos antes da entrada nos estádios, nos concertos, eles dizem que Deus está lá a seguir cada pessoa e, para a atenção de Deus, cada um desses indivíduos é um mundo inteiro e completo. Eles dizem que Deus só pensa em nós. Passa todo o tempo a ver-nos ppor dentro e por fora. Testemunha cada episódio da luta que travamos com os nossos instintos, com os nossos impulsos e com os impulsos que surgem no nosso caminho. O nosso caminho não é uma estrada. Não sabemos o que é. Às vezes , parece que Deus nos colocou aqui como ratinhos num labirinto e, enquanto tira notas, espera que encontremos a saída. Nascemos um dia.
Chegámos de onde não sabíamos nada.
E, consuante o que encontrámos, fomos aprendendo. Eles dizem que Deus assistiu a todos esses momentos. A sua mente não divagou, não se desinteressou. Eles dizem que Deus nos vê desde o início, desde quando não sabiamos nenhuma palavra. Eles dizem que Deus nos viu nascer. Eu também te vi nascer. Essa é uma das experiências que partilhei com Deus. Sabes, apesar de estarem quase a passar doze anos sobre esse momento, também eu o consigo ver ainda com nitidez absoluta. Acredito que nunca se apagará de mim. Ao contrário de Deus, eu sempre andei longe, o meu olhar foi espaçado, mas acredita, filho, nunca te esqueci, nunca deixaste de ser parte de mim. Não foi por querer que não pousei o cobertor sobre o teu peito antes de dormires, não foi por querer que nã brinquei contigo assim que acordaste. Demorará até que entendas, mas esperarei o tempo que for necessário.
Se Deus é pai como eles dizem, então deixa-me contar-te um pouco do amor que Deus tem por ti:
Deus acredita que o amor que sente por ti é maior do que ele próprio, Deus acredita que os lugares onde está não são todos porque tem a certeza de que o amor que sente por ti é maior do que todos esses lugares, Deus acredita que não sabe tudo porque o amor que sente por ti é maior que tudo.
Sendo teu pai, Deus também é teu filho, filho.

José Luis Peixoto
do livro "Abraço"

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A semana em que o país se viu ao espelho e não gostou (2)

(Continuação)

2.
Enquanto os casos EDP e Águas de Portugal aconteciam, o secretário de Estado da Segurança Social , Marco António Costa, prometia mão pesada sobre todos os que haviam recebido subsídios indevidos do Estado , obrigando-os a repô-los imediatamente. É óbvio - e já foi feito por anteriores governos até com bastante sucesso - que é preciso combater todos os abusos. Mas basta reunir meia dúzia de pequenas histórias publicados pelos jornais sobre os "abusadores" para verificar aquilo que já se suspeitava: primeiro que, na sua maioria, os subsídios indevidamente recebidos são de tão pequena monta que só fazem mesmo diferença para gente que vive grandes dificuldades; segundo, que muitas vezes se deveram mais à crónica ineficiência dos serviços públicos do que a uma deliberada vontade de enganar. A devolução atingirá os mais fracos - independentemente das razões para os abusos. Entre o salário milionário de Eduardo Catroga ou de Celeste Cardona e os 97 euros recebidos indevidamente por uma família com rendimentos de 1000 euros, há algo de verdadeiramente chocante. Marco António pode até ter a melhor das intenções. Escolheu o pior momento possível.

Somos o país mais desigual da União Europeia (por razões que se prendem também com a herança do regime anterior). Somos aquele em que , seguindo um estudo da Comissão , os sacrificios impostos pela austeridade atingem mais os mais pobres e menos os mais ricos. Vemos o desemprego a subir e tememos pelo nosso posto de trabalho - sejamos ou não competentes naquilo que fazemos. A competitividade da economia está a ser ganha à custa das transferências de rendimentos das pessoas para as empresas. O mínimo que se exigia era alguma decência e, sobretudo, alguma coerência de quem nos governa.

Mas infelizmente o triste retrato do país a que tivemos direito nestes últimos dias ainda não acab aqui. O caso da Loja Mozart foi uma espécie de pequena história exemplar sobre como se tecem redes de influência para garantir carreiras seguras. As regalias dos funcionários do Banco de Portugal contam-nos outra história, com a qual já estamos todos mais ou menos famialiarizados, segundo a qual há imensa gente excepcional e insubstituivel para o bom andamento da nação que, obviamente, terá de ficar de fora dos sacrifícios exigidos aos pobres e vulgares mortais. Não sei quantos funcionários tem o banco. Mas tenho a certeza de que não são todos alvo de cobiça de instituições privadas, à espreita de uma oportunidade para lá ir buscá-los com salários muito mais gordos. Nem ninguém pode acreditar que o banco central apenas tem condições para exercer as suas funções com a devida independência, se os seus funcionários ficarem imunes aos cortes aplicados aos outros.
O Problema é que se desenvolveu em Portugal uma ideia absolutamente degradada do que é servir o país. Servir o país passou a só fazer sentido, se isso equivaler a uma compensação - um cargo, uma posição, um salário , uma pequena, média ou grande vantagem. Ora, a ideia de serviço público, seja ela no Parlamento, nos partidos, no Banco de Portugal ou na mais modesta das comunidades, implica precisamente o contrário: prestar um serviço à comunidade sem qualquer compensação ou com sacrifício de uma situação pessoal mais confortável.
É esta ideia que é preciso regenerar.

Nenhum país atravessa uma situação como aquela que estamos a viver sem o mínimo de equidade e sem um mínimo de sentimento de pertença. Perceber os partidos como agentes de distribuição de vantagens pelas clientelas, as maçonarias como redes de influência, os que estão melhor (por mérito próprio ou alheio) apenas interessados em preservar as suas vantagens é meio caminho andado para o desastre.

O outro meio é a Europa. E sobre ela as notícias também não são animadoras.

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Lá vamos nós outra vez

Podemos acusá-las de tudo e mais alguma coisa, tecer várias teorias da conspiração, acreditar que tudo estava finalmente a correr no melhor dos mundos para vencer a crise europeia e que elas vieram de novo estragar tudo, que isso de nada servirá. A descida generalizada dos ratings de vários países do euro decidida na sexta-feira pela Standard & Poor's terá consequências pesadas. Os investidores exigirão juros mais altos para emprestar dinheiro aos países que viram a sua nota degradada - da França a Portugal. O Fundo de Estabililização Financeira (FEEF) terá mais dificuldade em financiar-se nos mercados para financiar os países intervencionados ou a intervencionar. A França representava 20,4 por cento do fundo, que ficará agora sobretudo garantido pela Alemanha. Em Berlim vão voltar a fazer-se contas sobre a viabilidade do euro ou as suas vantagens. E , em Paris, as consequências políticas da perda do triplo A são absolutamente imprevisíveis. Nicolas Sarcozy está a 100 dias de eleições presidenciais. Em Outubro tinha dito aos seus colaboradores mais próximos que a perda do triplo A seria fatal para a sua reeleição.A sua estratégia eleitoral era provar que só ele conseguia que a França fosse igual à Alemanha, mesmo na gestão da economia. Era a melhor forma de vender a austeridade inevitável - o preço do orgulho nacional. O que fará agora ninguém sabe. A incerteza europeia aumentará nos próximos tempos e, de certeza, a gestão da crise da divída ficará refém das eleições francesas.

A questão é se a culpa é das agências de rating ou da infinita capacidade da Europa de provar a sua ineficácia e a sua capacidade de autodestruição.

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Teresa de Sousa

Jornal "Público", 15 Janeiro de 2012

Vitalina Almeida , estudante :)



Exemplos de Vida

Vitalina de Almeida vive em Grândola, faz a lida da casa e ainda costura. Apesar da idade, quer concluir o 6º ano de escolaridade. Colegas e formadores dizem que o exemplo de Vitalina é um estímulo para todos. A idosa diz que os segredos são manter-se ocupada e gostar de viver.

A semana em que o país se viu ao espelho e não gostou

Nenhum País atravessa uma situação como aquela que vivemos sem o mínimo de equidade e de sentimento de pertença

1.
O Problema não é tanto o primeiro-ministro querer fazer de nós tolos, quando afiança que o seu Governo e os partidos que o sustentam não tiveram absolutamente nada a ver com as nomeações para o conselho de supervisão da EDP. Ou quando resolve enveredar por longas explicações sobre a necessidade de envolver as autarquias na gestão das Águas de Portugal, para justificar mais duas nomeações lamentáveis a olho nu. Sobre isso não há nada a dizer a não ser . talvez . lembrar ao primeiro-ministro que a maioria das pessoas não é tola e que muito pouca gente acreditará na estranha coincidência de os accionistas privados da EDP terem descoberto em simultâneo a excelência dos amigos políticos dos partidos do Governo. É triste, quase patético, ver Eduardo Catroga , certamente uma pessoa competente e com uma carreira nos negócios, zurzir furiosamente no engenheiro Sócrates para chegar à clarividência da sua escolha para presidir ao dito conselho ou sentir a necessidade de dizer que nem sequer é do PSD. Pior , mesmo, só o minstro de Estado Paulo Portas admitir uma atitude "xenófoba" de Lisboa contra as boas gentes do Norte para justificar as críticas à escolha de um filiado do seu partido , Álvaro Castelo-Branco, para a dita empresa pública. Não lhe terá ocorrido uma palavra mais adequada? Preconceito, por exemplo? A sua falta de argumentos ficaria menos evidente.

O Problema - o primeiro - é que estas nomeações são uma enorme machadada na estratégia política que o Governo e o primeiro-ministro nos apresentaram para sairmos da tremenda crise que nos encontramos. Essa estratégia partia da ideia de aproveitar a crise para libertar o Estado da sua dupla função de "controleiro" da economia e de distribuidor de benesses. Por via das privatizações, por via da maior concorrência nos mercados de produtos e serviços, por via da maior flexibilidade dos factores de produção. A isto o primeiro-ministro chamou, ainda há poucos dias, a "democratização" da economia e foi louvado por muita gente. O seu liberalismo económico não resistiu muito tempo. O Estado intervém - na melhor das hipóteses para controlar uma empresa privada; na pior para compensar os amigos e os fiéis dos partidos eleitos para governar o país. Bastaram seis meses para matar as ilusões. No fundo, o que todos nós aperendemos na semana passada foi o seguinte: que o Estado continua a dominar a economia por via das decisões que toma ou não toma, das "facilidades" que cria ou não cria, dos sectores que protege ou não protege, e que qualquer grande empresa (ainda por cima estatal e chinesa) percebe imediatamente que convém agradar ao Estado para obter facilidades nos negócios, nomeando os seus rapazes.

O Problema - o segundo - é o momento em que Passos Coelho resolveu matar as ilusões. Justamente aquele em que lhe era proibido fazê-lo. Se já havia um largo e provavelmente inevitável sentimento de injustiça quanto à distribuição dos sacrifícios e uma fraca crença numa saída para a dose brutal de austeridade que não seja "a grega" , agora haverá muito mais. Ora , a mistura de descrença e sentimento de injustiça pode vir a revelar-se fatal no médio prazo. Nenhum país passa por aquilo que estamos a passar sem um forte sentimento de coesão social. Passos Coelho e o seu Governo desferiram-lhe um golpe severo. Numa semana que foi trágica no que respeita à percepção de como as coisas se fazem em Portugal, de quem está sempre a salvo das crises ou de quem acaba sempre por pagar o grosso da factura.

Teresa de Sousa
Público , 15 Janeiro 2012

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Espécie de luz - Poema

Imagem de VladStudio


Espécie de luz...

É assim
espécie de luz
na ponta do nariz
a precisa pessoa
que nos arrebata
nos faz crescer
nos faz sonhar
nos faz feliz.

Teresa Martinho Marques

no Blog Sabor de Palavra

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

É Preciso Avisar toda a Gente!

É PRECISO AVISAR TODA A GENTE

É preciso avisar toda a gente,
dar notícia informar prevenir
que por cada flor estrangulada
há milhões de sementes a florir.

É preciso avisar toda a gente
segredar a palavra e a senha
engrossando a verdade corrente
duma força que nada detenha.

É preciso avisar toda a gente
que há fogo no meio da floresta
e que os mortos apontam em frente
o caminho da esperança que resta.

É preciso avisar toda a gente
transmitindo este morse de dores.
É preciso imperioso e urgente
mais flores mais flores mais flores.



João Apolinário

no Blog Cravo de Abril - http://cravodeabril.blogspot.com/2012/01/poema_09.html

Hino dos Mineiros de Aljustrel



Cantaram no Sábado dia 7 Janeiro em Lisboa , Teatro São Luis

Cantar os Reis no Alentejo