(A Eterna Criança que me persegue a
pedir esmola. Grito de cólera.)
Ouve, Não-sei-quem:
recuso-me a viver
num mundo assim de lua podre
disfarçado de flores
com repetições de esqueletos
e a Eterna Voz Faminta
aqui na minha frente
- pálida de existir!
Ouve, Não-sei-quem:
e se, depois de tudo isto,
ainda há céu e inferno
ou outra sombra intermédia,
recuso-me terminantemente a morrer
e a entrar nessa comédia!
José Gomes Ferreira
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LN
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