Esste post é roubado ao Blog 1001 Reféns do Expresso,
do jornalista Tiago Mesquita
Escândalo: guerra das cenouras no Partido Socialista
O deputado Vitor Baptista afirma que André Figueiredo, chefe de gabinete do Primeiro-Ministro, acenou com uma cenoura de 15 mil euros para que desistisse da corrida à Liderança do PS/ Coimbra. O segundo desmente. Um deles é mentiroso.
O problema que se põe não é tanto se o André ofereceu cenouras ao Vitor ou se este teve tomates frescos para lhe dizer que a alface estava com bicho. Até porque o azeite vem sempre ao de cima e do final da história transparece a certeza, que todos tínhamos, de que grande parte da salada que nos governa é no fundo composta por produtos não naturais, tóxicos e carregados de pesticidas.
Atente-se às palavras de Baptista: "A tramóia começou muito cedo, contactos, ofertas para escolher um qualquer lugar de gestor público, desde o metro em Lisboa à CP ou REFER. Até acenavam com a cenoura de 15 mil euros mensais, o intérprete um tal Dr.! de André Figueiredo", escreveu o deputado numa carta publicada nos jornais de Coimbra, com o título "Na calada da noite". Apesar de não considerar tratar-se de "tráfico de influências", Baptista confirma "uma intervenção política" com o objectivo de o "afastar".
Ficámos a saber que Baptista foi, segundo ele, vítima de tentativa de suborno e tráfico de influências (que o próprio desmente ao mesmo tempo que denuncia, facto curioso) por parte do braço direito do Primeiro-Ministro de forma a desistir de uma eleição. É grave. Muito grave. E espero que alguém investigue esta acusação e puna quem de direito se existiu efectivamente a prática de um crime. (podem rir-se desta ultima frase, é o que estou a fazer)
Mas agora pergunto ao Sr. Baptista, arauto dos candidatos ostracizados: o facto de apenas denunciar esta tentativa de "compra" da sua desistência após a derrota eleitoral transforma-o em quê? Denunciou isto a alguém, ao Ministério Publico, ao seu próprio partido, aos jornais e televisões, antes das ditas eleições, no momento em que foi efectivamente abordado pelo Sr. André das cenouras? Não? Qual a razão para o silêncio? Pagou para ver?
Caso tivesse ganho a corrida, e não o candidato Mário Ruivo como veio a acontecer, estaríamos a ouvir esta história? A mesma denúncia? Ou lavaria as mãozinhas como Pilatos? A vitória chegaria para abafar a imoralidade da proposta indecente? Anularia o suposto crime que agora denuncia aos quatro ventos? Ou a moral para Baptista só existe via mau perder?
A gravidade de tudo isto não advém do facto de ter ganho o candidato A ou o B, chame-se Batista, Ruivo, Chivas Regal ou James Martins 20 anos com duas pedras de gelo. O verdadeiramente escandaloso é estarmos a falar de um deputado da nação e do braço direito e chefe de gabinete do homem que nos governa. E numa lavagem de roupa suja.
São estes senhores, com um modus operandi sui generis instituído como a normalidade, com uma total ausência de moral, responsabilidade ou valores, que ocupam alguns dos cargos de maior responsabilidade neste país. E não o fazem na "calada da noite".
Este País Não existe!!!
LN
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