domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Through the Sea of Houles - Yellow Submarine
Portugal : Atravessando o mar dos Buracos
onde vivemos
A meter água por todos os lados
Jeramy, What do you Know abaut Houles?
Be empirecle!
José Sócrates...
LN
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
NOWHERE MAN
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Música dedicada ao PM Sócrates
E uma música dedicada ao ministro Teixeira dos Santos
Nowhere Man
The Beatles
Composição: Lennon / McCartney
He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
for nobody.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.
He's as blind as he can be,
Just sees what he wants to see,
Nowhere man can you see me at all?
Nowhere man, don't worry,
Take your time, don't hurry,
Leave it all 'till somebody else
Lends you a hand.
Doesn't have a point of view,
Knows not where he's going to,
Isn't he a bit like you and me?
Nowhere man, please listen,
You don't know what you're missing,
Nowhere man, the world is at your command.
He's a real nowhere man,
Sitting in his nowhere land,
Making all his nowhere plans
For nobody.
Making all his nowhere plans
for nobody.
Making all his nowhere plans
For nobody.
LN Pois é....
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O Homem do Censo
"Os "Sinais" nas manhãs da TSF, com a sua marca de água de sempre: anotação pessoalíssima do andar dos dias, dos seus paradoxos, das suas mais perturbadoras singularidades. Todas as manhãs, num minuto, Fernando Alves continua um combate corpo a corpo com as imagens, as palavras, as ideias, os rumores que dão vento à actualidade."
Sinais
De Segunda a Sexta, 08h50m
TRIBUNA: PABLO DE SANTIS
Muerte con las calles vacías
Pasadas las 9 llegó la noticia de la muerte de Kirchner que golpeó en cada casa como si se tratara de otro extraño censo, encargado de averiguar nuestras reacciones ante lo inesperado. Cada vez que llueve, sentimos que vemos la lluvia por primera vez, que nos habíamos olvidado de que existía. Con la muerte ocurre algo parecido: nos llega la noticia de que ha muerto el ex presidente, pero a la vez la noticia de que existe la muerte, como si no lo supiéramos del todo. Kirchner era la imagen misma de la vitalidad; los conflictos, que a las personas comunes nos desgastan, a él parecían alimentarlo. Inclusive su problema cardíaco, lejos de mostrarlo como alguien vulnerable, aumento su imagen de vitalidad, ya que salió de la clínica casi de inmediato, como si una operación así fuera semejante a una torcedura de muñeca o un raspón. Ya nadie hablaba de su salud, solo de las elecciones del año que viene, y de las probables alianzas. En medio de la paz sobrenatural, su muerte aumentó la sensación de irrealidad, como si nuestras ciudades desiertas hubieran sido el escenario largamente preparado para que recibiéramos la noticia.
Pero otra cosa hará que nos quede en la memoria la relación entre el censo y la muerte de Kirchner. Desde siempre hemos sido un país que se pregunta por su identidad. Incesantemente hemos buscado que nos respondan cómo somos, como si hubiera una evanescente esencia, siempre en fuga, que sólo un ojo ajeno pudiera descubrir. Visitantes como Ramón Ortega y Gasset y Julián Marías, en épocas distintas, tuvieron esa misión de oráculos importados. Y cada censo reactualiza esas cuestiones, como si los números fueran una lengua encriptada que permite acercarnos a una demorada y secreta verdad. Kirchner encarnó como nadie los enfrentamientos de la política argentina. Todo giró a su alrededor estos últimos años, y ahora ese centro ha quedado vacío. Su muerte pasa una planilla con preguntas que todavía no se pueden responder.
Pablo de Santis es escritor argentino.
Homenagem tardia ao peixe batata cozida com casca do Oceanário de Lisboa
WebClub: Há dias
Li e Copiei do WebClub
Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui
quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.
Eugénio de Andrade
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
WebClub: Que música escutas tão atentamente
Copiei do Blog WebClub
Que música escutas tão atentamente
que não dás por mim?
Que bosque, ou rio, ou mar?
Ou é dentro de ti
que tudo canta ainda?
Queria falar contigo,
dizer-te apenas que estou aqui,
mas tenho medo,
medo que toda a música cesse
e tu não possas mais olhar as rosas.
Medo de quebrar o fio
com que teces os dias sem memória.
Com que palavras
ou beijos ou lágrimas
se acordam os mortos sem os ferir,
sem os trazer a esta espuma negra
onde corpos e corpos se repetem,
parcimoniosamente, no meio de sombras?
Deixa-te estar assim,
ó cheia de doçura,
sentada, olhando as rosas,
e tão alheia
que nem dás por mim.
Eugénio de Andrade
Para dar um pouco de Côr ao Blog
LN
terça-feira, 26 de outubro de 2010
PS e os seus deputados sem vergonha
Crise: Deputado esfomeado reivindica jantar na cantina da AR
O deputado do PS Ricardo Gonçalves gostava de ter a cantina da AR aberta ao jantar. Isto porque 3700€/mês que aufere "não dão para tudo". Fiquei com um "aperto no coração" ao ler isto.
Pensava que nada me podia surpreender na política, mas eis que um deputado me acorda para a triste realidade: Portugal. O absurdo é o limite. O horizonte da estupidez ganha novos desígnios e contornos todo o santo dia. Ao deputado Ricardo Rodrigues dos gravadores junta-se agora o deputado Ricardo Gonçalves das refeições.
Se o primeiro meteu gravadores no bolso. Este afirma que o que lhe põem no bolso não chega para tudo, mesmo que seja um valor a rondar os 3700€/ mês. Uma miséria. "Se abrissem a cantina da Assembleia da República à noite, eu ia lá jantar. Eu e muitos outros deputados da província. Quase não temos dinheiro para comer" Correio da Manhã (vou fazer uma pausa para ir buscar uns kleenex...)
O corte de 5% nos salários irá obrigá-lo, como "deputado da província", a apertar o cinto e consequentemente o estômago, levando-o a sugerir com ironia mas com seriedade (!?) a abertura da cantina da AR para poder jantar. Uma espécie de Sopa dos Pobres mas sem pobres e sem vergonha. Só com políticos, descaramento e sopa.
"Tenho 60 euros de ajudas de custos por dia. Temos de pagar viagens, alojamento e comer fora. Acha que dá para tudo? Não dá" Valerá a pena acrescentar alguma coisa? Não me parece. Só dizer que as almôndegas que comi ao jantar não se vão aguentar no estômago durante muito tempo depois de ter feito copy/paste desta declaração
Mas continuando a dar voz ao Sr. Deputado: "Estamos todos a apertar o cinto, e os deputados são de longe os mais atingidos na carteira". Pois é, coitadinhos, andam todos a pão e água. Alguns são meninos para largar os bifes do Gambrinus.
Bem sabemos que os grandes sacrificados do novo pacote de austeridade do Governo vão ser os senhores deputados. Ninguém tinha dúvidas quanto a isto. E ajuda a explicar o "aperto de coração" que o Primeiro-Ministro sentiu ao ter de tomar estas "medidas duras". Sabia perfeitamente que ao fazê-lo estava a alterar os hábitos alimentares do Sr. Deputado Ricardo Gonçalves, o que é lamentável.
Que tal um regresso à província com o ordenado mínimo e um pacote senhas do Macdonalds? Ser deputado não é o serviço militar obrigatório. Pela parte que me toca de cidadão preocupado está dispensado. Não o quero ver passar necessidades.
Há quem sobreviva com pensões de valor equivalente a 4 dias de ajudas de custo do senhor deputado. Quem ganha o ordenado mínimo está habituado a privações, paciência. Agora com 3700€ por mês e 60€/dia de ajudas compreendo que seja mais difícil saber onde cortar. Podíamos começar por cortar na pouca-vergonha. Mas isso seria pedir demais.
LN
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Falta de vegonha atroz!
no Blog 100 Reféns
Gastar 1,5 mil milhões com a Força Aérea? Vamos bombardear a Galiza?
O governo anuncia medidas duras que vão afectar negativamente a economia, a vida de todos e abrir portas à recessão. O que fez a seguir? Manteve 1,5 mil milhões para gastar em aviões e afins. Viva a contenção.
"O Governo vai prosseguir, apesar da crise e dos programas de contenção orçamental, o processo de modernização da Força Aérea Portuguesa (FAP) que envolve investimentos superiores a 1,5 mil milhões de euros, dos quais dois terços ainda estão por realizar." DN
Augusto Santos Silva aterrou em Beja (não podia ir de carro?) para observar o primeiro dos cinco aviões P-3 adquiridos. Estive quase a adjectivar o avião de "novinho em folha" mas lembrei-me que o Governo vai gastar 200 milhões em aviões holandeses em segunda mão. Costuma dizer-se "negócio da China" para caracterizar um bom negócio. Digamos que este foi um "negócio de Portugal". Umas pechinchas com duas asas (esperemos).
Faz lembrar o português que vai ao estrangeiro comprar um Mercedes com 980 mil quilómetros e depois anda por aí a passear num 89-09-KC, o mesmo táxi em que 50 mil portugueses já passearam nas ruas de Geneva. Mas é um Mercedes...enfim
Não chegaram os F16 a cair de podre que fizemos o favor a alguém de trazer do último leilão-dos-países-pobres-que têm-a-mania-que-vão-à-guerra. Agora foi pior. Comprámos aviões holandeses por 80 milhões depois pagámos 120 milhões a uma empresa americana para modernizá-los. Grande negócio. Um verdadeiro "Pimp my plane". Aposto que os holandeses meteram de imediato um laçarote gigante em cada avião e encheram o porão com tulipas, chocolates e tamancos típicos de vários tamanhos.
"O ramo tem em curso outros investimentos: a modernização dos caças F-16 (500 milhões de euros) " Esta é de rir: 500 milhões para "transformar" os F-16? Em quê? Em F-16 com faróis de xénon e jantes de liga leve? Alguns já são só e apenas carcaça. Com o tempo foram cedendo peças aos "primos" menos danificados e que se encontravam em lista de espera para transplante.
Augusto Santos Silva disse que os portugueses "compreendem bem" esse tipo de investimento: "Não se gasta muito dinheiro, faz-se o investimento estritamente necessário para a defesa militar da nossa soberania." Quem? Fale por si. Augusto santos Silva pode dizer o que quiser, disparates inclusive (e tem um certo jeito) como se viu pelo patético "não se gasta muito dinheiro". Como se 1,5 mil milhões fossem trocos. "Defesa miitar da nossa soberania?" Estamos com medo de quem e do quê? O FMI tem braço armado? Simplesmente ridiculo.
Pois eu sou português e não compreendo como é que um governo que pede os sacrifícios que pediu tem a distinta lata de na mesma semana anunciar gastos e manter investimentos desta natureza, com 2/3 da fatia gigantesca dos 1,5 MIL MILHÕES por pagar dado que são investimentos ainda por realizar. Mais um elefante a aterrar nas contas públicas. É de uma falta de vergonha atroz.
domingo, 24 de outubro de 2010
Conjúgio de registos vocais conforme o código civil a vigorar em 1995 entrecruzados por tonalidades
O que Deus dá, José Sócrates tira
O que Deus dá com uma mão José Sócrates tira com as duas
O OE é um bilhete sem regresso para o descalabro social. Banqueiros, Boys e outros desesperam pela aprovação. Ninguém parece perceber que o Primeiro-Ministro deseja exactamente o contrário. A saída de emergência.
O Orçamento em si, repleto de medidas inqualificáveis e injustas, os apelos de aprovação feitos à oposição sempre de pedra na mão e um ar "tasqueiro" de desafio, a chantagem permanente, o tom intimidatório e os insultos demonstram uma coisa: o Primeiro-Ministro quer tanto ver este orçamento aprovado como eu quero vê-lo ganhar as próximas legislativas.
Sócrates não pode manifestar abertamente este secreto desejo. Estaria a ser verdadeiro, o que seria inadmissível e contranatura. A irresponsabilidade é tal que prefere salvaguardar a face no dia da despedida, munido de um bode expiatório orçamental laranja, a ter de assumir os erros de gestão que cometeu desde o primeiro dia em que se sentou em São Bento. E foram milhões de erros. Esta governação é a pior de sempre da história da República portuguesa. O maior ataque à classe média de que há memória.
As pessoas de bem, as que efectivamente se preocupam com a coisa e causas públicas e não só com o próprio bem-estar, sem aquecerem poleiros de boys & girls, sem viverem amedrontadas com a indisposição dos donos (banqueiros) como lacaios incapazes ou com a inquietude nos clientes habituais de negócios "bronzeados", estranhas parcerias e concessões, contratos maquilhados em escritórios de advogados 5-à-Sec, obviamente defendem o que julgam ser o melhor para o país. Seja este "melhor" a aprovação ou não deste Orçamento. Não interessa, são honestas de pensamento.
Mas aconteça o que acontecer, uma verdade é indesmentível: José Sócrates ganhou esta guerra. Apontou baterias ao adversário e centrou nele a responsabilidade de um débil e desequilibrado OE vir ou não a ser aprovado. Criou-se a ilusão de que todos devemos dinheiro ao Estado. Ouço falar um Ministro e tiro logo 5 euros do bolso para lhe dar. A perda de direitos tornou-se trivial. Subidas de impostos banais. Cortes todos os dias. Vivemos uma mentira. Vamos ao supermercado e somos assaltados pela máquina registadora: 23% de IVA ou levas um tiro nas fuças.
Velhos babões e anafados, enroscados em pensões chorudas incutem-nos a ideia de que somos nós quem tem de pagar a crise. Que o governo sofredor é alheio ao que nos está a acontecer. Ide babar longe. Que os mercados internacionais são a causa disto tudo. Que o governo tem feito um excelente trabalho. Que agora uns malandros estão a tentar impedi-lo de continuar a brilhante gestão, e que sem Orçamento serão "forçados" a abandonar o poder e a obra que sonharam para o país. Hipócritas. Ranho político. Assumam-se e assumam. Não fujam como ratos.
Ganhou ainda porque os portugueses desistiram. Ganhou porque já ninguém acredita em nada ou ninguém. Ganhou porque a maioria de nós perdeu a esperança. Ganhou porque secou tudo o que o rodeia. E, qual última estocada, ganhará se Pedro Passos Coelho chumbar o Orçamento. Sairá descansado e desrenponsabilizado, deixando um país ajoelhado e em agonia pelas costas. Pura cobardia.
sábado, 23 de outubro de 2010
Roubo aos portugas!!!
hoje uma sitação de uma frase sua no Jornal Expresso.
" Quem fez este orçamento (de Estado) é Vigarista . E devia ser preso"
Esta srª. é uma das mais próximas conselheiras de Estado do PR Cavaco.
Foi vários anos ministra das Finanças dos PM Cavaco e PM Durão.
Esta srª. foi a última candidata do PSD a primeira ministra do principal partido da oposição, e seria 1ª ministra de Portugal se o PS não tivesse a votação inexplicável que teve.
Segundo muitos comentadores politicos foi a única a falar verdade sobre o problema das finanças públicas do país nas eleições do ano passado (2009) , e por isso o país não votou nela.
É considerada no PSD como das melhores especialistas nas áreas de finanças.
Agora já posso colocar aqui um cartaz bem duro do PCP , mas que comparado com a visão do PSD deste orçamento é bem mais suave.
E o PSD vao alegremente , cantando e rindo, aprovar este Roubo ...
E porquê???
Porque a malta do dinheiro assim o quer, e eles é que mandam...
LN
134 mil euros para passear o rabiosque de Durão Barroso
Austeridade? Onde? É tudo à grande e à francesa. Organizamos cimeiras da NATO, compramos automóveis para receber os líderes e até um especial para Durão Barroso. Continua o fandango.
Andam por aí a falar em medidas de austeridade, cortes de salários, subidas de impostos, apertar o cinto. Sacrifícios. Só mais um. Agora outro. Já está? Então só mais este que eu sou um grande mentiroso, perdão, distraído. E o que vai o Governo fazer para dar o exemplo?
Vai ao stand escolher um Mercedes. Contou-nos o jornal "Sol".
Vem aí Durão Barroso passar dois dias durante a cimeira da NATO e não podia sentar o "rabiosque" numa lata com quatro rodas. Não lhe assenta qualquer "tanga", ou já não se recordam? Estamos a falar de um automóvel que vai custar a módica quantia de 134 mil euros. Chama-se a isto um bom pretexto para São Bento trocar de carro. O S450 (chama-se assim o bólide) vai massajar o nadegueiro de Durão enquanto este provavelmente ouve a Toccata and Fugue in D minor de Bach. A crise é tramada. Mas só para alguns. Uns ficam com o rabo a arder, outros com ele macio.
Segundo o "Sol", "a contratação agora feita, através da Agência Nacional de Compras Públicas, tem a duração de 48 meses "e "inclui manutenção e pneus para 160 mil kms", sendo que a renda mensal é de 2.807,20 euros, explica a Presidência do Conselho de Ministros. É assim mesmo. Quem vier atrás que feche a porta e pague o carro. Se não houver dinheiro ponham-no a render ao fim de semana. Aluguem-no para casamentos e batizados. Mas há pior. Há sempre pior. Calma que nunca disse o contrário. Então vamos lá...
"O Ministério da Administração Interna autorizou um reforço extraordinário do orçamento da PSP, no valor de cerca de cinco milhões de euros, para a aquisição de vário equipamento e material de ordem pública que vai ser usado na segurança da Cimeira da NATO, a 19 e 20 de Novembro." " ...A verba foi "sacada" ao Governo Civil de Lisboa e as compras vão ser feitas por ajuste directo..." "Os cinco milhões vão servir para comprar vário material de ordem pública, incluindo seis veículos antimotim, blindados, norte-americanos." "DN"
Governo Civil de Lisboa? Eu nem vou perguntar para que serve um Governo Civil nos dias que correm. Nem qual a razão para este vir financiar a compra de automóveis para cimeiras. Até porque tenho vergonha de ouvir a resposta. Nem sequer a razão pela qual um país como o nosso organiza cimeiras da NATO. Muito menos quando tem as calças pelo meio das pernas e a mão estendida em jeito de súplica.
Agora pergunto: 5 milhões em 2 dias? Repito: 5 milhões?
E vem esta gente pedir sacrifícios? E vergonha? Nada? Nem um bocadinho? Os seis veículos antimotim são para quê? O Governo já está a pensar na fuga? Se assim for justifica-se a compra.
Muito bom este texto
LN
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Histórias do PS - Inacreditável esta malta
do jornalista Tiago Mesquita
Escândalo: guerra das cenouras no Partido Socialista
O deputado Vitor Baptista afirma que André Figueiredo, chefe de gabinete do Primeiro-Ministro, acenou com uma cenoura de 15 mil euros para que desistisse da corrida à Liderança do PS/ Coimbra. O segundo desmente. Um deles é mentiroso.
O problema que se põe não é tanto se o André ofereceu cenouras ao Vitor ou se este teve tomates frescos para lhe dizer que a alface estava com bicho. Até porque o azeite vem sempre ao de cima e do final da história transparece a certeza, que todos tínhamos, de que grande parte da salada que nos governa é no fundo composta por produtos não naturais, tóxicos e carregados de pesticidas.
Atente-se às palavras de Baptista: "A tramóia começou muito cedo, contactos, ofertas para escolher um qualquer lugar de gestor público, desde o metro em Lisboa à CP ou REFER. Até acenavam com a cenoura de 15 mil euros mensais, o intérprete um tal Dr.! de André Figueiredo", escreveu o deputado numa carta publicada nos jornais de Coimbra, com o título "Na calada da noite". Apesar de não considerar tratar-se de "tráfico de influências", Baptista confirma "uma intervenção política" com o objectivo de o "afastar".
Ficámos a saber que Baptista foi, segundo ele, vítima de tentativa de suborno e tráfico de influências (que o próprio desmente ao mesmo tempo que denuncia, facto curioso) por parte do braço direito do Primeiro-Ministro de forma a desistir de uma eleição. É grave. Muito grave. E espero que alguém investigue esta acusação e puna quem de direito se existiu efectivamente a prática de um crime. (podem rir-se desta ultima frase, é o que estou a fazer)
Mas agora pergunto ao Sr. Baptista, arauto dos candidatos ostracizados: o facto de apenas denunciar esta tentativa de "compra" da sua desistência após a derrota eleitoral transforma-o em quê? Denunciou isto a alguém, ao Ministério Publico, ao seu próprio partido, aos jornais e televisões, antes das ditas eleições, no momento em que foi efectivamente abordado pelo Sr. André das cenouras? Não? Qual a razão para o silêncio? Pagou para ver?
Caso tivesse ganho a corrida, e não o candidato Mário Ruivo como veio a acontecer, estaríamos a ouvir esta história? A mesma denúncia? Ou lavaria as mãozinhas como Pilatos? A vitória chegaria para abafar a imoralidade da proposta indecente? Anularia o suposto crime que agora denuncia aos quatro ventos? Ou a moral para Baptista só existe via mau perder?
A gravidade de tudo isto não advém do facto de ter ganho o candidato A ou o B, chame-se Batista, Ruivo, Chivas Regal ou James Martins 20 anos com duas pedras de gelo. O verdadeiramente escandaloso é estarmos a falar de um deputado da nação e do braço direito e chefe de gabinete do homem que nos governa. E numa lavagem de roupa suja.
São estes senhores, com um modus operandi sui generis instituído como a normalidade, com uma total ausência de moral, responsabilidade ou valores, que ocupam alguns dos cargos de maior responsabilidade neste país. E não o fazem na "calada da noite".
Este País Não existe!!!
LN
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Comunismo e Eufemismo
Foi a pergunta de um leitor, depois de eu escrever que não considero o regime da China como comunista.
Não sei... Não conheço bem o significado da palavra eufemismo.
O que é mais utilizado para defenir as idiologias comunistas ou socialistas são as palavras Utopias, e Idealistas. Os sistemas políticos Comunistas ambicionam transformações na sociedade com um fim de serem sociedades mais justas e mais igualitárias.
Idealizasse que em sociedade Socialistas todos os cidadãos teriam de forma igual direito a salário, alimentação, habitação , e direitos a cuidados de Saúde, de Segurança Social, de acesso ao ensino. Tudo isto de forma livre e igualitária.
As Utupias são ideias ou projectos que por si são inalcanssáveis por defenição.
Há quem prefira viver apenas com o que se tem. Viver com os pés bem assentes no chão. Sem ter ambição de um mundo mais solidário. São as pessoas que não acreditam ser possivel mudanças no modo de organização social e económica que existe no mundo real.
Há quem pelo contrário, ache que se deve lutar por transformações do mundo real, do que existe, e que acredita em ideais, e que é possível tentar concretizar utupias.
Se é, ou não é possível mudar os sistemas poiliticos e socias pelo socialismo? não sei!!! Mas se não houver quem se organize e o proponha à sociedade através de partidos políticos de esquerda como o PCP ou PCTP/MRPP ou o BE, então a sociedade não tinha mesmo nenhumas outras alternativas.
UTUPIA
Zeca AFonso
Cidade
Sem muros nem ameias
Gente igual por dentro
gente igual por fora
Onde a folha da palma
afaga a cantaria
Cidade do homem
Nao do lobo mas irmao
Capital da alegria
Braço que dormes
nos braços do rio
Toma o fruto da terra
E teu a ti o deves
lança o teu
desafio
Homem que olhas nos olhos
que nao negas
o sorriso a palavra forte e justa
Homem para quem
o nada disto custa
Será que existe
lá para os lados do oriente
Este rio este rumo esta gaivota
Que outro fumo deverei seguir
na minha rota?
LN
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Os Direitos Humanos
Alguns Posts sobre a Amnistia Internacional que já publiquei aqui no Blog
Dia 12 Junho 2010
Stand Up United - Uma equipa internacional
Dia 3 Agosto 2009
Blog Amnistia Internacional - Não esqueçer Darfur
Quem não condena a falta de liberdade que existe na China é porque não presa a sua própria Liberdade.
Quem ache que o regime Chinês tem alguma coisa a ver com Comunismo, para além do nome do Partido, é porque anda muito distraido.
LN
Daquela vez em que ela partiu sem deixar água fresca no frigorifico
O homem sem rosto
Uma boa Noticia!!! Das que nos dão prazer saber.
O homem sem Rosto do Rossio, que era conhecido por toda a gente que passava na principal praça central Lisboeta , foi operado no EUA , retiraram-lhe os tumores que lhe cobriam toda a cara.
A operação foi oferecida pelo hospital e pelos médicos , depois de uma equipa da televisão Inglesa ter feito um documentário "O homem sem rosto" que está em exibição no DocLisboa.
Que bom que alguém se tenha lembrado de ajudar aquele homem. Alguém que se interessou em ajudar e o tratar. Uma pessoa por quem quase todos nós passavamos ao lado na rua, e nem olhavamos por ser tão repugnante o aspecto.
Ainda há pessoas que não têm medos e não têm preconceitos estupidos, e vêem apenas a pessoa que precisa de ser ajudada.
Obrigado!!!. Boa sorte para ele, e Uma nova vida com muita saúde.
LN
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
O colo da tia Gervásia no alto do Bom Sucesso - Paraná (versão gaiola)
Portugal, o que é que tu estás à espera...
Jorge Palma
AS GREVES EM FRANÇA
Ai Portugal, Portugal, O que é tu estás à espera????
Ai Portugal, Portugal, O que é tu estás à espera????
LN
domingo, 17 de outubro de 2010
Obviamente, Demito-o! Sócrates e Teixeira dos Santos Rua!
Pete Seger
O candidato do PCP à Presidência da República, Francisco Lopes, disse hoje à Lusa que a aprovação deste Orçamento de Estado será uma "tragédia para o país", criticando o silêncio de Cavaco Silva e Manuel Alegre.
"Tragédia para o país é a aprovação deste orçamento. Portugal não tem que aprovar um orçamento qualquer, tem que aprovar um orçamento que corresponda a um rumo novo. Orçamentos destes tem caracterizado os últimos 30 anos e conduziram-nos à situação atual", disse o candidato à Lusa, depois de participar na 10ª Assembleia da Organização Concelhia do Barreiro do PCP.
Francisco Lopes defendeu que o atual presidente Cavaco Silva e o candidato Manuel Alegre foram "omissos" sobre o Orçamento, convergindo numa ideia de remeter para a Assembleia da República.
"Presidente deve ter claro o rumo para o país"
"É claro que é a Assembleia da República que tem que debater e aprovar o orçamento, mas o Presidente da República deve ter claro o rumo para o país. O facto de se refugiarem no silêncio, na prática, é um comprometimento com as opções do Orçamento", salientou.
O candidato considerou ainda Cavaco Silva o "padrinho do entendimento" entre PS e PSD, deixando também críticas a Manuel Alegre.
"Fez uma afirmação inflamada, contestando o papel dos banqueiros, mas não teve uma palavra sobre o Orçamento de Estado que serve os banqueiros e é contrário aos interesses nacionais", afirmou.
Francisco Lopes defendeu que o Presidente da República deve, de acordo com a Constituição, intervir "não para favorecer a concretização de um orçamento desastroso, mas sim de um orçamento que responda às necessidades nacionais no momento", acrescentando que este OE, "que tem o caminho de entendimento com o PSD e o patrocínio do Presidente da República, é um orçamento de brutal agravamento das injustiças sociais e de afundamento do país".
O candidato referiu que Portugal não precisa de um orçamento para "liquidar a produção, criar mais desemprego e agravar as injustiças", mas sim de um orçamento que ponha "o país a produzir, com emprego com direitos e a distribuir a riqueza com justiça".
(Expresso on-line)
Gaza-Strophe le jour d'apres, Doc
um filme sobre a Palestina;
Gaza-Strophe le jour d'apres
Documentaire de Samir Abdallah et Kheridine Mabrouk
Le 18 janvier 2009 prenait fin l'opération « Plomb durci », offensive militaire israélienne dans la bande de Gaza, lancée le 27 décembre 2008. Le surlendemain du cessez-le-feu, alors que l'intronisation de Barack Obama faisait les gros titres dans le monde entier, les deux auteurs du documentaire (diffusé dans le cadre d'une soirée spéciale Palestine) entraient à Gaza par l'Egypte. Suivant deux militants du Centre palestinien pour les droits de l'homme venus enquêter sur place, ils furent parmi les premiers à filmer les dégâts humains et matériels des raids aériens et ceux de l'offensive terrestre qui suivit.
Este filme é impressionante!!!
Um enorme murro no estomgo...
Gaza-Strophe Le Jour D'apres 3/3
Carregado por LARABE--STRAIT. - Videos de noticias do mundo inteiro.
LN
Entre nos mains, Doclisboa
Entre nos mains
ENTRE NOS MAINS - Bande-annonce
Carregado por diaphana. - Veja filmes em destaque e emissoras de televisão inteiras
sábado, 16 de outubro de 2010
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Abraça-me bem
gostei de ouvir hoje na rádio
Abraça-me bem
"Tu dizes que não há outra forma de ficarmos perto
Não há como saber se o caminho é o certo
Só pode voar quem arriscar cair
Só se pode dar quem arriscar sentir"
no Blog por outras palavras...
LN
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
O trinta a fugir das suas responsabilidades de trânsito a mais de setenta
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Chile , Alívio
Que boas noticias hoje
Mineiros Arrancados das entranhas da Terra
:))
Noticias Expresso
LINK http://aeiou.expresso.pt/especialista-do-lnec-lembra-perigo-de-aluimento=f608888
Noticias Público
Link http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=43d5f882-494a-4d76-bec4-46be3808588a
Imagens em directo da Mina de são josé
http://static.publico.clix.pt/homepage/resgatemineiroschile/
LN
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Tomar banho desol, banho de sol
Rita Lee e Maria Bethania
Baila Comigo
Rita Lee
Composição: Rita Lee
Se Deus quiser
Um dia eu quero ser índio
Viver pelado
Pintado de verde
Num eterno domingo
Ser um bicho preguiça
Espantar turista
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Sol!...
Se Deus quiser
Um dia acabo voando
Tão banal assim
Como um pardal
Meio de contrabando
Desviar do estilingue
Deixar que me xingue
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Banho de sol!...
Baila Comigo!
Como se baila na tribo
Baila Comigo!
Lá no meu esconderijo
Ai! Ai! Ai!
Baila Comigo!
Ah! Ah! Uh! Uh!
Como se baila na tribo
Oh! Oh! Baila ba, ba
Baila Comigo!
Lá no meu esconderijo...
Se Deus quiser
Um dia eu viro semente
E quando a chuva
Molhar o jardim
Ah! Eu fico contente
E na primavera
Vou brotar na terra
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Sol!...
Se Deus quiser
Um dia eu morro bem velha
Na hora "H"
Quando a bomba estourar
Quero ver da janela
E entrar no pacote
De camarote...
E tomar banho de sol
Banho de sol!
Banho de sol!
Banho de sol!...
Baila Comigo!
Como se baila na tribo
Uh! Uh! Uh! ,
Baila ba, ba
Baila Comigo!
Lá no meu esconderijo
Ai! Ai! Oh!
Baila Comigo!
Ah! Ah! Uh! Uh!
Como se baila na tribo
Baila ba, ba
Baila Comigo!
Lá no meu esconderijo
Ai! Ai! Ai!...
Que lindo!!!
LN
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Lança Perfume, Rita Lee
Lança perfume
Rita Lee
Composição: Rita Lee / Roberto Carvalho
Lança menina
Lança todo esse perfume
Desbaratina
Não dá prá ficar imune
Ao teu amor
Que tem cheiro
De coisa maluca...
Vem cá meu bem
Me descola um carinho
Eu sou neném
Só sossego com beijinho
Vê se me dá o prazer
De ter prazer comigo...
Me aqueça!
Me vira de ponta cabeça
Me faz de gato e sapato
E me deixa de quatro no ato
Me enche de amor, de amor
Oh!...
LN
Leite condensado
domingo, 10 de outubro de 2010
Olha o Tiririca!
Sócrates o Tiririca Portuga. Tá lindo o Socas aqui....
LN
sábado, 9 de outubro de 2010
Tracy Chapman - Baby can I hold you tonight
Baby Can I Hold You
Tracy Chapman
Composição: Tracy Chapman
Sorry!
Is all that you can't say?
Years gone by and still
Words don't come easily
Like sorry
Like sorry
Forgive me!
Is all that you can't say?
Years gone by and still
Words don't come easily
Like forgive me
Forgive me
But you can say, baby...
Baby, can I hold you tonight?
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine
I love you
Is all that you can't say?
Years gone by and still
Words don't come easily
Like I love you
I love you
But you can say, baby...
Baby, can I hold you tonight?
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine
Baby, can I hold you tonight?
Maybe if I'd told you the right words
At the right time
You'd be mine...
LN
Ultimatum 2, Álvaro de Campos
Proclamo, em primeiro lugar,
A Lei de Malthus da Sensibilidade
Os estímulos da sensibilidade aumentam em progressão geométrica;
a própria sensibilidade apenas em progressão aritmética.
Compreende-se a importância desta lei. A sensibilidade — tomada aqui no mais amplo dos seus sentidos possíveis — é a fonte de toda a criação civilizada. Mas essa criação só pode dar-se completamente quando essa sensibilidade esteja adaptada ao meio em que funciona; na proporção da adaptação da sensibilidade ao meio está a grandeza e a força da obra resultante.
Ora a sensibilidade, embora varie um pouco pela influência insistente do meio actual, é, nas suas linhas gerais, constante, e determinada no mesmo indivíduo desde a sua nascença, função do temperamento que a hereditariedade lhe infixou. A sensibilidade, portanto, progride por gerações.
As criações da civilização, que constituem o «meio» da sensibilidade, são a cultura, o progresso científico, a alteração nas condições políticas (dando à expressão um sentido completo); ora estes ó e sobretudo o progresso cultural e científico, uma vez começado — progridem não por obra de gerações, mas pela interacção e sobreposição da obra de indivíduos, e, embora lentamente a princípio, breve progridem ao ponto de tomarem proporções em que, de geração a geração, centenas de alterações se dão nestes novos estímulos da sensibilidade, ao passo que a sensibilidade deu; ao mesmo tempo, só um avanço, que é o de uma geração, porque o pai não transmite ao filho senão uma pequena parte das qualidades adquiridas.
Temos, pois, que a uma certa altura da civilização há de haver uma desadaptação da sensibilidade ao meio, que consiste dos seus estímulos — uma falência portanto. Dá-se isso na nossa época, cuja incapacidade de criar grandes valores deriva dessa desadaptação.
A desadaptação não foi grande no primeiro período da nossa civilização, da Renascença ao século XVIII, em que os estímulos da sensibilidade eram sobretudo de ordem cultural, porque esses estímulos, por sua própria natureza, eram de progresso lento, e atingiam a princípio apenas as camadas superiores da sociedade.
Acentuou-se a desadaptação no segundo período, que parte da Revolução para o século XIX, e em que os estímulos são já sobretudo políticos, onde a progressão é facilmente maior e o alcance do estímulo muito mais vasto. Cresceu a desadaptação vertiginosamente no período desde meados do século XIX à nossa época, em que o estímulo, sendo as criações da ciência, produz já uma rapidez de desenvolvimento que deixa atrás os progressos da sensibilidade, e, nas aplicações práticas da ciência, atinge toda a sociedade. Assim se chega à enorme desproporção entre o termo presente da progressão geométrica dos estímulos da sensibilidade e o termo correspondente da progressão aritmética da própria sensibilidade.
Daí a desadaptação, a incapacidade criativa da nossa época. Temos, portanto, um dilema: ou morte da civilização, ou adaptação artificial, visto que a natural, a instinctiva faliu.
Para que a civilização não morra, proclamo, portanto em segundo lugar,
A Necessidade da Adaptação Artificial
Excerto "Portugal Futurista" Álvaro de Campos, nº 1. Lisboa: 1917.
no site http://arquivopessoa.net/textos/456
(Continua)
LN
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Ultimatum 1, Álvaro de Campos
Falência de tudo por causa de todos!
Falência de todos por causa de tudo!
De um modo completo, de um modo total, de um modo integral:
MERDA!
A Europa tem sede de que se crie, tem fome de Futuro !
A Europa quer grandes Poetas, quer grandes Estadistas, quer grandes Generais !
Quer o Político que construa conscientemente os destinos inconscientes do seu povo !
Quer o Poeta que busque a Imortalidade ardentemente, e não se importe com a fama, que é para as actrizes e para os produtos farmacêuticos!
Quer o General que combata pelo Triunfo Construtivo, não pela vitória em que apenas se derrotam os outros!
A Europa quer muito destes Políticos, muitos destes Poetas, muitos destes Generais!
A Europa quer a Grande Ideia que esteja por dentro destes Homens Fortes — a ideia que seja o Nome da sua riqueza anónima!
A Europa quer a Inteligência Nova que seja a Forma da sua Mateira caótica!
Quer a Vontade Nova que faça um Edifício com as pedras-ao-acaso do que é hoje a Vida!
Quer a sensibilidade Nova que reúna de dentro os egoísmos dos lacaios da Hora!
A Europa quer Donos! O Mundo quer a Europa!
A Europa está farta de não existir ainda ! Está farta de ser apenas o arrabalde de si-própria ! A Era das Máquinas procura, tacteando, a vinda da Grande Humanidade!
A Europa anseia, ao menos, por Teóricos de O-que-será, por Cantores-Videntes do seu Futuro!
Dai Homeros À Era das Máquinas, ó Destinos científicos! Dai Miltons à época das Coisas Eléctricas, ó Deuses interiores à Matéria!
Dai-nos Possuidores de si-próprios, Fortes Completos, Harmónicos Subtis!
A Europa quer passar de designação geográfica a pessoa civilizada !
O que aí está a apodrecer a Vida, quando muito é estrume para o Futuro!
O que aí está não pode durar, porque não é nada!
Eu, da Raça dos Navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da Raça dos Descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir um Novo Mundo!
Quem há na Europa que ao menos suspeite de que lado fica o Novo Mundo agora a descobrir?
Quem sabe estar em um Sagres qualquer?
Eu, ao menos, sou uma grande Ânsia, do tamanho exacto do Possível!
Eu, ao menos sou da estatura da Ambição Imperfeita, mas da Ambição para Senhores, não para escravos!
Ergo-me ante, o sol que desce, e a sombra do meu Desprezo anoitece em vós!
Eu, ao menos, sou bastante para indicar o Caminho!
Vou indicar o caminho!
ATENÇÃO!
Proclamo, em primeiro lugar,
A Lei de Malthus da Sensibilidade
Os estímulos da sensibilidade aumentam em progressão geométrica; a própria sensibilidade apenas em progressão aritmética.
Excerto de "Portugal Futurista", nº 1. Álvaro de Campos; Lisboa: 1917.
(Continua amanhã)
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
"Separação" , Poema
e o amor. Despregar
os sentimentos das paredes e lençóis.
Recolher as cortinas
após a tempestade
das conversas.
O amor não resistiu
às balas, pragas, flores
e corpos de intermeio.
Empilhar livros, quadros,
discos e remorsos.
Esperar o infernal
juizo final do desamor.
Vizinhos se assustam de manhã
ante os destroços junto à porta:
-pareciam se amar tanto!
Houve um tempo:
uma casa de campo,
fotos em Veneza,
um tempo em que sorridente
o amor aglutinava festas e jantares.
Amou-se um certo modo de despir-se
de pentear-se.
Amou-se um sorriso e um certo
modo de botar a mesa. Amou-se
um certo modo de amar.
No entanto, o amor bate em retirada
com suas roupas amassadas, tropas de insultos
malas desesperadas, soluços embargados.
Faltou amor no amor?
Gastou-se o amor no amor?
Fartou-se o amor?
No quarto dos filhos
outra derrota à vista:
bonecos e brinquedos pendem
numa colagem de afetos natimortos.
O amor ruiu e tem pressa de ir embora
envergonhado.
Erguerá outra casa, o amor?
Escolherá objetos, morará na praia?
Viajará na neve e na neblina?
Tonto, perplexo, sem rumo
um corpo sai porta afora
com pedaços de passado na cabeça
e um impreciso futuro.
No peito o coração pesa
mais que uma mala de chumbo.
Affonso Romano de Sant'Anna
Olimpíadas Ibéro-Americanas de Matemática - Medalhas
Portugal obtém a melhor classificação de sempre nas Olimpíadas de Matemática
Quatro estudantes lusos alcançaram o quinto lugar na competição ibero-americana, que decorreu em Assunção, depois de arrecadarem uma medalha de prata e três de bronze
Noticia no jornal Publico
"Cansados sim, mas, acima de tudo, orgulhosos. Alguns trazem vestida a t-shirt da competição e ostentam ao peito as medalhas. Portugal ficou este ano em quinto lugar, a melhor classificação alguma vez conseguida nesta competição. "Quando soube que tínhamos sido a melhor equipa portuguesa de sempre, senti um grande orgulho no trabalho que fizemos e no facto de termos ajudado a levar o nome de Portugal mais longe no que à Matemática diz respeito", confidencia Ricardo, vencedor da medalha de prata. Nos primeiros anos de participação portuguesa na OIAM, as medalhas eram raras ou mesmo nenhumas. "Depois, aos poucos, começaram a aparecer", diz António Salgueiro, o professor que acompanhou o grupo."
"Com esta vitória, os quatro jovens vêm mostrar que Portugal também consegue obter bons resultados em Matemática, uma disciplina na qual muitos jovens portugueses sentem dificuldades. "Somos tão bons como os outros, temos é de trabalhar para isso", afirma António Salgueiro, com convicção. Certo é que, apesar do trabalho e da preparação que os quatro portugueses tiveram, nenhum esperava um tão bom resultado na competição. "Pensávamos que não íamos ganhar nada ou algo mais abaixo", confessa João, vencedor de uma medalha de bronze."
Parabéns Portugal
LN
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
Rifão de Fernão Tanoeiro
Estou a lembrar-me agora
da história que me contava
um tio antigo
dizia ele nessa altura
olha sobrinho
meu amigo
entre a ratazana
e o cagalhão
há apenas
um intervalo sacana
é o primeiro-ministro
da nação
obrigado tio
está confirmada
a sua opinião.
Mário-Henrique Leiria, Novos Contos do Gin, Editorial Estampa, 3ª edição, Lisboa, 1978
terça-feira, 5 de outubro de 2010
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
sábado, 2 de outubro de 2010
Pátria , de Guerra Junqueiro
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e
sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de
vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a
energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as
moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem,
nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque
sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um
lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro
de lagoa morta. [.]
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não
descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter,
havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública
em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a
infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provem
que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral,
escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro [.]
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado
de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela
abdicação unânime do País. [.]
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de
fazer dela saca-rolhas;
Dois partidos [.] sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes,
[.] vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos
nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades
do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão
que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma
sala de jantar."
Guerra Junqueiro, "Pátria", 1896
Retirei do Blog WEBClub
LN