sexta-feira, 30 de abril de 2010
Dia do Trabalhador
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Gratidão, um poema
GRATIDÃO QIE NEM SABE
A QUEM DEVE SER GRATA
Não, Não o faço por tristeza
nem superstição.
Cada noite
assinalo na parede do tempo.
Presidiário
que não deseja o último dia.
Apenas por te ouvir e amar,
pura volúpia, gratidão de ser.
Gratidão de ser
por estes anos
e partículas restantes.
Pela amizade,
que chega a confundir o amor.
Pela bondade,
que torna a solidão desvalida.
Pela hombridade,
à altura do céu.
Pela beleza,
que só à santidade
sobrepassa.
E é flagrante, perdulária,
noutros renascente.
Gratidão
que nem sabe
a quem deve ser grata.
Pelas aves nutrindo os filhos
de penugem e voo.
Pela lentidão escrupulosa
da tartaruga, igual à de Plutão.
Pela leveza materna do vento
transportando pólen.
Pelo calor humílimo
da joaninha sobre a nossa mão.
E por estar na terra
uma só vez, ao sol,
nada pedindo, nenhum segredo,
como um velho lobo-do-mar.
António Osório
LN
quarta-feira, 28 de abril de 2010
A Sofia Ferreira
terça-feira, 27 de abril de 2010
Entrevista Com Jerónimo de Sousa
ARF – As previsões apontam para um agravamento do desemprego para 11 % e um crescimento económico de 0,3 %. Mas todos os responsáveis políticos falam em estabilidade, na necessidade deste PEC, porque não há alternativa. Todos unidos, portanto. Mas unidos a caminho de quê? Já não digo da Grécia. Mas a caminho de quê?
- Essa é a questão central. Tendo em conta a prova provada de que este caminho leva-nos ao desastre, o Governo, quase de joelhos, aceitando as normas draconianas do directório das potências da União Europeia, abdica do investimento, de certa forma do mercado interno e aposta tudo nas exportações.
ARF - É a única aposta.
- Muito bem. Estamos todos de acordo. Mas há outros motores da economia. Designadamente o mercado interno, com o aumento do consumo.
ARF – Mas já desistiram disso.
- A realidade do nosso tecido produtivo tem muito a ver com o mercado interno. São centenas de milhares de pequenas e médias empresas que vivem desse mercado. Se reduzem os rendimentos de quem trabalha o resultado não vai ser bom. E por isso nós pensamos que é preciso uma ruptura com esta política. Não podemos ficar dependentes do que diz a União Europeia.
ARF - Mesmo na redução do défice?
- Sim. Querem uma redução para 3 % até 2013. E eu pergunto: porque 3 e não 4 %. Qual é a lei que determina isto? Eu não estou a descobrir a pólvora. Mas eu sinto que as medidas que estão no PEC é pouco o navegar à vista, tapar buracos.
ARF - Olhando o PEC, mesmo com previsões optimistas do Governo, em 2013 o crescimento é de 1,7 %. O que é isto em termos de desemprego, por exemplo?
- É um elemento objectivo. Está previsto que o nosso crescimento vai ser inferior à média europeia.
ARF – Em todos estes anos.
- E vai continuar. E não há bruxas. Bem pode o senhor ministro das Finanças dizer que temos de confiar nas estrelas. Nós temos é de olhar para a realidade e verificar que se não há crescimento, se não há aumento da riqueza, obviamente o desemprego vai aumentar. Tem um efeito tremendo nas nossas vidas.
ARF – Nos mais novos, nos mais velhos. Nos mais novos o desemprego já é de 21 %
- E os últimos dados estatísticos mostram que os despedimentos atingiram sobretudo mulheres. Cerca de 60 %. Mas sublinhou os jovens e bem. Nós temos um problema sério, porque ser jovem não é um estatuto permanente. Estão agora a alicerçar o seu futuro. Neste quadro é dramático verificar o nível de desemprego e o facto de existirem cerca de um milhão e 200 mil trabalhadores com vínculos precários, na sua maioria jovens.
ARF - É uma situação dramática.
- Olhando para esta perspectiva, não é preciso ser um revolucionário para sentirmos uma apreensão profunda. Para todos, mas essencialmente para as novas gerações.
ARF – Eu digo isto porque agora não há eleições. Quando há todos temem perder votos. Os professores saem à rua e o Governo tenta emendar a mão. Mas agora não. Acha que vão ser sensíveis aos protestos? E muitas pessoas também dizem que já não vale a pena.
- Também sei que há pessoas que quase delegam a luta no PCP. E questionam-se se vale a pena. E isso acontece pela forma como o Governo entende o protesto, o descontentamento e a própria luta. De facto, é insensível a isso. Mas em certos momentos da história também outros governantes foram indiferentes e acabaram por ser derrotados. No meu partido costumamos dizer que quando se luta nem sempre se ganha. Mas quando não se luta perde-se sempre.
ARF – Vamos ter luta a sério?
- Um protesto e uma luta por uma nova política. Isto não vai com remendos.
- Permita-me uma observação. Nós estamos em tempo em que o Presidente da República podia accionar os mecanismos constitucionais para pôr em causa o Governo, um Governo sem maioria absoluta, sujeito ao escrutínio do Parlamento.
ND – Uma frente de esquerda seria uma boa solução para o País? Até como contraponto a uma AD?
- Eu acho que não há condições neste momento para uma concepção frentista na medida em que o problema chama-se PS.
ARF – O PS é um problema para o País neste momento?
- Sim. Persiste em afirmar-se de esquerda mas naquilo que é central pratica uma política de direita, o que é frustrante para muitos homens e mulheres de esquerda que votaram no PS.
ARF – Voltando a PEC. Com as perspectivas para 2013, não é o próprio estado social que está em risco?
- Sim, está em risco.
ARF – Onde é que há receitas para sustentar o actual estado social?
- Por ordem decrescente de preocupações eu punha em primeiro lugar a saúde. E digo a saúde porque é uma área de grande apetência por parte dos grupos económicos. E há milhões de portugueses que precisam desse estado social, em particular do Serviço Nacional de Saúde. E há o risco de esses milhões, com estas políticas, ficarem sem apoios. Com estas políticas nós estamos condenados à demolição do estado social.
LN
Uma noite espapaçada uma manhã submersa na penumbra: Amélia, não abras os estores!
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segunda-feira, 26 de abril de 2010
As escolhas de Rui Pelejão 2
Rui um homem com muita Opinion
Um Opinion Maker
Olha aqui o Blog Vodka7
do Pelejão
LN
As escolhas de Rui Pelejão
Quem não se lembra deste nosso artista do Teatro de Odivelas???
Em Forma , mas com muitos cabelitos brancos, Né?
LN
O nariz (baseado em Gogol)
domingo, 25 de abril de 2010
GOVERNO Para a Rua!
E disposto a participar em tom de protesto...
Os Slogans do costume, e que não são exactamente os que eu gostaria de ouvir...
Então vejam lá , " A Luta continua , Abril está na rua" ,
o que é isto?
Para quê estar a gritar isto?
Em vez de se gritar para toda a gente ouvir
" A Luta continua , GOVERNO para a Rua! "
" Sócrates Ladrão , não levas um tostão "
" Sócrates Aldrabão , os costados na Prisão!!!"
Isto é o que dá vontade de gritar!!!
Isto é que é preciso ser ouvido em todas as avenidas, ruas, praças da Liberdade e em todo o País.
Parece que a comissão organizadora do dia da Liberdade não permite certas expressões contra o "nosso Governo"
Mas se é só para recordações históricas, então que se crie um parque temático na margem sul, de recriação turistica.
LN
sábado, 24 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
O que é e para que serve a Matemática?
LER O Texto de Carlos Fiolhais no Blog De Rerum Natura: O que é e para que serve a Matemática?
"O que é a matemática do ponto de vista de um físico? Com certeza que, do ponto de vista de um engenheiro e de um ponto de vista de um economista, a matemática é um meio que proporciona riqueza. Mas, do ponto de vista de um físico, que também será o de um matemático, trata-se de uma riqueza em si. Precisamos de matemática? Sim, precisamos absoluta e desesperadamente de matemática. E precisamos dela não só aqui e agora, como também qualquer que seja o sítio e qualquer que seja o tempo. A matemática é uma das maiores criações humanas, uma das maiores criações intelectuais da humanidade. Precisamos tanto da matemática como precisamos da música, da filosofia ou de qualquer outra das grandes criações humanas.
Do ponto de vista de um físico, a matemática é totalmente inevitável. Não existe física sem matemática: há uma comunhão de cama, mesa e roupa lavada. Vivem as duas juntas desde que a física existe."
" Por último, a questão que aqui foi posta: precisamos em Portugal da matemática? O facto de se colocar a pergunta dá logo a informação sobre o estado do país. Um país que está bem não coloca essa pergunta. Será que nós somos concretos? Será que nós somos lógicos e sistemáticos? Se a matemática parte do concreto e é uma procura lógica e sistemática de conhecimento, será que nós usamos metodologias desse tipo nas nossas vidas? E a resposta é que, na minha opinião, infelizmente não, não o fazemos na medida suficiente. Bastará dar um exemplo. A noção portuguesa de tempo é a noção menos concreta possível. Quando uma pessoa diz, “amanhã encontramo-nos”, este amanhã não quer dizer rigorosamente nada. Com um americano, se eu disser amanhã encontramo-nos, tenho de acrescentar o local e a hora, o espaço e o tempo. Planeio um evento num dado ponto do espaço e num dado instante de tempo. . Aqui não, amanhã encontrar-nos-emos, se calhar, por aí... Há uma esperança vaga de eu amanhã me cruzar com uma dada pessoa. Por sua vez, a procura lógica e sistemática devia ser também uma constante nas nossas vidas e não é. Será que nós planeamos as coisas? Acho que somos mais conhecidos pelo improviso, um improviso que, em geral, tem más consequências. Se há uma festa que temos de organizar, nós dizemos, “logo se vê”, uma expressão muito portuguesa. E vamos dizendo isto até à véspera... Depois, na véspera, começa a chover e dizemos: “ainda bem que não preparámos nada, está a chover”. Noutro país mais desenvolvido, como por exemplo na Alemanha, ter-se-ia o plano A e o plano B. O plano A com chuva e o plano B sem chuva, contemplando todas as hipóteses. Esta é a maneira racional, lógica e sistemática, de operar o mundo. "
" Termino dizendo que vivemos, de facto, numa altura dificil nas nossas escolas, numa altura em que se pensa que um professor pode ser substituído por um computador Magalhães. Mas este debate aqui deu-nos algum conforto, com base nas experiências dos outros países, de países onde não se põe a pergunta sobre a necessidade da matemática. Havemos de ser como eles. Mas, para isso, temos de interiorizar o valor do raciocínio. Essa é a grande riqueza da matemática: pensar bem. A matemática é uma lição permanente para a nossa vida."
CARLOS FIOLHAIS
LN
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Que é do futuro?
Sérgio Godinho
Que é da boda?
Que é da festa?
Então?
É desta ou não
que é S. João?
E Stº.António?
Que é do S. Pedro
Se é bruxedo
põe-se a bruxa a andar
e vira-se o que há p´ra virar
pra variar
há
o que haverá
cá
p´ra modificar
Isto está duro, isto está duro, isto está duro
que é do futuro, do futuro, do futuro
que nos mostraram naquele dia de sol?
Vá lá, depressa, diz a lesma ao caracol
Diz a Lesma para o Caracol...
Primeiro encontro a sós entre Passos Coelho e Sócrates
IF YOU GIVE UP NOW ,Whose GONNA LOOSE
IF you Give up
if you don't wanna wait
you´ll let me inside out
it's too hard for me
there's no easy way out
you don't know and don't ask how
but i'm gonna make it work again
you don't know and don't ask why
but i'm gonna make it once again
if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
there´s something between us
that we can't shake out
it's cristal clear
that it ain't gonna last
you don't know and don't ask why
but i'm trying to make it work
make it work
if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
just look around and see
who you really need
who you really love
if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
and if you give up now, who´s gonna loose
which one of us, is given up not being free
just look around and see
if you give up you won't be free
you won't be free yeah yeah
never look back (x 8)
[para a Katyane Nascimento]
Letra no site Vaga-lume
LN
terça-feira, 20 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Somos como ilhas, um poema bonito
Repara: uma ilha é estar rodeada de água e cheia de gente por dentro
a tentar o sol e a atrever-se nos dias de nevoeiro,
na tempestade, nas cheias.
Uma ilha é a separação involuntária do Continente.
Uma ilha é não saber em rigor quantas braçadas para outra ilha.
As pessoas são ilhas, mas mais atrevidas. As ilhas não se aproximam,
não se invadem, não se anexam. Sabem que com isso destruiriam
o arquipélago, destruiriam
a sua própria condição de ilhas.
Somos individuais como ilhas, e no entanto misturamo-nos
numa rebeldia geográfica, num amor elaborado.
Misturamo-nos e somos felizes por causa disso.
Filipa Leal
Ouvi este poema no dia da poesia dito pela autora.
Muito bonito o Poema. Tem uma voz fantástica a Filipa.
Acho que é uma profissional de rádio.
"De Viva Voz, Antologia", Livro de poesia portuguesa contemporânea
LN
domingo, 18 de abril de 2010
Conchas , mar, matemática
A Beleza Matemática das Conchas Marinhas
Jorge Picado
21 Abril 2010 18h00
Fundação Calouste Gulbenkian
Ver no site Fundação Gulbenkian
"Há uma grande beleza nas pistas que a natureza nos oferece e todos nós a podemos reconhecer sem nenhum treino matemático. Podemos ser tentados a pensar que o crescimento das plantas e animais, por causa das suas formas elaboradas, é governado por regras muito complexas. Surpreendentemente, isso nem sempre é verdade, como as conchas e os búzios exemplificam: o seu crescimento pode ser descrito por leis matemáticas admiravelmente simples."
Imagens do Blog Miuíka
A Presunção da Transcendência, Poema
deus nosso senhor pensa que
um dia me rendo
implorando por minha alma
como se uma alma fosse garantida
a todas as pessoas, mesmo às mais
zangadas ou até suicidas
mas o inimigo cá dentro sabe o contrário.
põe-me calado a deixar que o tempo
passe e tira-me do corpo todas as
ilusões
deus nosso senhor pensa em mim como
um ingrato, eu ingrato. e pensa que
um dia me vou arrepender de tudo, nem
que seja às portas da morte derrotado pelo
medo ou aquela saudade não se sabe de o quê,
de não ter feito o que se devia ou querer-se
refazer o impossível
mas o inimigo cá dentro sabe o contrário.
põe-me calado a deixar que o mundo
passe e tira-me do corpo as
emoções
deus nosso senhor pensa no mundo de
modo tão diferente do meu. escusa-se de
tudo e eu atiro-me a tudo e tudo é um
precipício. gostava de ficar um pouco mais quieto,
ter menos vontade ou importar-me pouco
com o que é a vida, se a vida é tão feita de
coisas poucas
mas o inimigo cá dentro vem de igual modo
irritado comigo e mexe-se pelo meu
corpo como se o desfigurasse, de encontro aos meus
ossos, esboroando-os lentamente numa farinha que
deus nosso senhor pensa ser apenas açúcar.
Valter Hugo Mãe
"De Viva Voz, Antologia", Livro de Poesia portuguesa contemporânea
Oferta no dia da Poesia do CCB
LN
sábado, 17 de abril de 2010
Ideias sobre ..., poema giro
deus, os dragões e a cinderela
conversam quase sempre sobre
nós, não é que sejamos especiais, somos
os dois tão quietos e sem atributos
raros. mas deus, os dragões e a
cinderela passam as tardes no prado, ao
pé de umas quedas de água onde se
refrescam da luz intensa da eternidade, e
conversam sobre nós fazendo apostas acerca
do amor. ela abraça-me, beija-me, diz as ansiadas
mesmas coisas de sempre. e ficamos incomodados,
ainda que nos calemos sobre isso apenas
esperando que, com o tempo, se cansem. incomoda-nos
que falem sobre nós dando palpites e enviando
sinais. os passarinhos pousam nos nossos ombros, o
fogo bonito das rosas põe-se a vibrar ao
ínfimo vento, o sapato dela cai junto da areia, mesmo
antes de me indicar o seu caminho no mar. eu
preferia que nos deixassem sozinhos, até porque
somos íntimos em cada pormenor e
o amor acontece-nos com alguma vergonha. não é
vergonha, é uma timidez. fazemos debaixo dos
lençois, queremos olhar, mas não olhamos, esperamos
que se distraiam de nós, aflige-nos a ideia de
apreciarem os nossos modos, isso não é
decente. somos tão vulgares e sem nada, nem
os nossos corpos têm o que se veja de melhor vista ou
nunca visto. não poderiam, ao menos, olhar para o
outro lado quando eu e ela nos mexemos na cama com
maior necessidade. olhar para o outro lado por um
certo pudor, como se observassem o que pretendem com
um ar mais científico, se é que há ciência na
transcendência e na eternidade. não é científico, é
escrupuloso, que quero dizer. mas talvez nem seja isso que
se ajuste. é que não sei bem, não entendo o que será
razoável para os seus quotidianos, para os suas cabeças
tão cheias de tempo e experiência. eu passei tantos
anos a pensar que deus, a cinderela e os dragões
estavam extintos, sobrando só umas quantas pedras
das suas casas, uns ossos perante os quais
tivéssemos dúvidas, uma cratera de fogo como
hálito antigo guardado na terra, quem sabe existiria uma
mecha de cabelo loiro da rapariga, e nada mais de muito
fiável, como são as grandes relíquias. e por isso
foi tão grande a surpresa quando se precipitaram sobre
nós, metidos de cara nas nuvens, a despencarem cá para baixo à
procura dos nossos gestos. eu e ela não quisemos nunca
ser descrentes, mas acontece de a vida nos ter
criado a ilusão, durante tanto tempo, de que estávamos
verdadeiramente abandonados. parece-me que, sendo assim,
devemos deixar o mundo aos critérios divinos e
abdicar de sofrer pela vida. a morte, está certo, é
a terra prometida. tenho de convencer-me disto de uma vez
por todas e até no amor aprender a não sentir de mais. tenho
de mudar tudo, e escrever pela diversidade de ideias e
nunca como tenho feito porque , admito, ando a
escrever só para me queixar. e é feio, deve ser, escrever
só para me queixar
Valter Hugo Mãe
"De Viva Voz , Antologia"; Livro de poesia portuguesa contemporânea,
oferecido no dia da Poesia no CCB
LN
sexta-feira, 16 de abril de 2010
Os teus pés , Pablo Neruda
Quando não te posso contemplar
Contemplo os teus pés.
Teus pés de osso arqueado,
Teus pequenos pés duros,
Eu sei que te sustentam
E que teu doce peso
Sobre eles se ergue.
Tua cintura e teus seios,
A duplicada purpura
Dos teus mamilos,
A caixa dos teus olhos
Que há pouco levantaram voo,
A larga boca de fruta,
Tua rubra cabeleira,
Pequena torre minha.
Mas se amo os teus pés
É só porque andaram
Sobre a terra e sobre
O vento e sobre a água,
Até me encontrarem.
Pablo Neruda
no Blog Webclub
LN
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Anjana a Mãe Chipanzé
Além da beleza soberba das fotografias, é maravilhoso o afecto que se pode criar entre espécies tão distintas.
Quando o furação Hannah separou dois tigres brancos da sua mãe, Anjana veio em seu salvamento.
Anjana é uma chimpanzé. Ela assentou bem no papel de mãe, oferecendo carinho, brincando e ajudando mesmo com a alimentação.
Ela passa grande parte do dia dedicada aos tigres e sente-se feliz com o papel que desempenha, e os tigres brancos estão verdadeiramente deliciados com a sua "mãe".
_Recebido via Alentejo
LN
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Gato e o seu amigo canário
terça-feira, 13 de abril de 2010
London, London, Caetano Veloso e Zeca Afonso
Pela frase (Refrão) "While my eyes go looking for flying saucers in the sky"
Não deixem de ir ver a história ao Blog "CANTIGUEIRO": London, London... e o Zeca
Deixo o video com muitas imagens de Londres , com uma nova cantora brasileira Cibelle, a cantar esta música muito antiga de Caetano Veloso.
LN
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Nós
NÓS
Guardo estes nós dentro do peito.
Nós que foram laços, mas que fui atando cada vez mais.
Para que nunca saissem de mim.
Para que ficassem para sempre.
Guardo estes nós dentro do peito.
São nós que não desfaço, porque são o meu conforto em horas outras.
Quando me perco nas noites.
Quando me falta o nosso abraço.
Guardo estes nós dentro do peito.
Nós dos amores da saudade da luta da memória dos segredos.
Porque são a minha vida.
E por isso são cheios de tanto...
LN
domingo, 11 de abril de 2010
Para a Katyane
Cada Lugar teu
Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar
Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar
Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei
Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
e o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só
Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar
LN
sábado, 10 de abril de 2010
As últimas 7 palavras de Jesus cruxificado!
"PAI, Perdoai-lhes , Eles não sabem o que fazem."
Mas ao contar o número de palavras da frase em português, verifico que as palavras são afinal 8 e não 7!! Estranho...
Será porque não conta o artigo "o" como palavra??
Será que sendo Jesus um Judeu , como devia falar uma língua antiga (O aramaico) , então esta frase dita nessa língua só deve ter 7 palavras.?? Deve ser isso....
Mas pensando um pouco sobre a frase de Jesus, ....
por que raio é que Jesus não terá dito antes, como seu último desejo,
"Pai, socorro, Por favor, tira-me da Cruz"
LN
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quinta-feira, 8 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Consultórios de Deus - filme
País: França, Bélgica
Género: Comédia, Drama
Distribuidora: Atalanta
Realização
Claire Simon
Intérpretes
Anne Alvaro, Nathalie Baye, Michel Boujenah
Sinopse
Djamila quer tomar a pílula porque a relação com o namorado está a torna-se séria. A mãe de Zoe dá-lhe preservativos, mas chama-lhe vadia. Nedjima esconde a pílula fora de casa, porque a mãe tem o hábito de lhe revistar a mala. Uma câmara oculta capta a vida dum centro de aconselhamento familiar. Dos casos mais banais aos mais alucinantes, este filme fala-nos de histórias reais: quinze histórias de mulheres que Claire Simon conheceu ao longo de 6 anos em diferentes centros de planeamento familiar.
No Blog Lista de Filmes
Este vi , mas já deve ter saido das salas de cinema
Belo filme deveria ser passado nas escolas portuguesas.
LN
terça-feira, 6 de abril de 2010
ContoPúblico - Sumo
Iniciativa engraçada do jornal Público
Como participar: O PÚBLICO convidou Gonçalo M. Tavares a iniciar um conto que irá ganhar forma com a contribuição dos leitores. Num máximo de mil caracteres, envie-nos um texto que dê seguimento à proposta do escritor.
Ao longo de um ano (até 5 de Março de 2011), o conto irá crescendo à medida da sua imaginação. Cada leitor pode enviar um máximo de dez textos durante a iniciativa. As contribuições devem ser feitas a partir do último contributo. Os textos a publicar serão escolhidos pela redacção do PÚBLICO.
Gonçalo M. Tavares
05-03-2010
Dois lutadores de sumo. Treinaram vinte anos. O seu peso enorme, os rostos ameaçadoramente contidos. Imóveis, os dois corpos. Prontos para a acção.
#2
António Ruivo, Leiria
08-03-2010
Cada um visava o outro antecipando na sua mente cada movimento, Olhos nos olhos, o combate psicológico começara semanas antes, quando o de porte menos imperial desafiara o campeão dos campeões.
Kimatuto encarou o adversário como um tigre encara a sua presa. Na sua mente surgiam imagens de outros combates. Ainda não era hoje que o seu percurso de invencibilidade iria terminar. Era e continuaria a ser o rei do tapete.
#3
João Tibério, Queluz
13-03-2010
Continuaria a ser o rei do tapete. Repetia incessantemente para si mesmo. Continuaria a ser o rei do tapete. Repetia. Continuaria a ser o rei do tapete. E, contudo, nem um músculo se mexia. Continuaria a ser o rei do tapete mesmo apesar de o forte embate que sofreu do seu adversário quase o ter atirado para fora. Continuaria a ser o rei do tapete mas precisava mesmo de reagir porque o corpo insistia em não se mexer. Era a primeira vez que tal lhe acontecia. Era a primeira vez que lutava desde a morte daquele estranho na sua rua. Onde não reagira. Quando o devia ter feito.
#4
Paulo Gonçalves, Porto
14-03-2010
A multidão vociferava ao longe o eco de uma multidão. Na sua cabeça a imagem do homem a esvair-se em sangue enquanto tentava dizer-lhe alguma coisa que não conseguia entender. Aproximara o ouvido aos seus lábios ensanguentados mas a única coisa que conseguira perceber era algo parecido com "procurem o dezanove". Não decifrara de imediato. Só no escuro da noite, dando voltas na cama na tentativa de dormir, conseguira juntar os sons silabados, omissos, até obter aquele estranho apelo. E igualmente o apelo dos seus olhos, numa névoa a esconder um último brilho antes de se apagar. Morrera nos seus braços e compreendera a suave doçura dum corpo acabado de morrer. Uma imperceptível desistência.
#5
Céu Guitart, Azeitão
15-03-2010
O momento do nascimento e o momento da morte. Dois momentos de ruptura que se ligam e nos ligam definitivamente. Ele morrera nos seus braços e por isso agora passaria a fazer parte de si. Como um filho.
Tentara deixar de pensar nisso mas não conseguia. Sentia-se agora responsável por ele. Irremediavelmente. E não desistiria enquanto não descobrisse o que era "o dezanove". Mesmo que se lhe esgotassem os únicos momentos de descanso de que usufruía, que eram os que passava à noite, na verdade já de madrugada, junto da única pessoa que partilhava com ele o calor da sua existência.
#6
Guilherme Vaz, Porto
17-03-2010
Esta fracção de pensamento quebrou-se quando subitamente sentiu as mãos do adversário no mawashi e os pés a flutuar.
O sal que espalhou pelo dohyō, os cânticos do gyōji, o espaço circular violentamente contido que resumia a sua existência física e espiritual há 20 anos, repetiu nessa noite com a intensidade consciente de algo que se faz pela última e derradeira vez.
Com as pregas profundas da sua obesidade comprimidas às do opositor, sentiu-se levar violentamente para fora do recinto sagrado. Caiu humilhado, e sem levantar a cabeça pensou: "Acabou. E agora?...", e um número voltou-lhe à memória... "dezanove"
#7
Manuel Lopes, Lisboa
18-03-2010
Na sua boca, sentia o amargo da derrota. Todos os feitos anteriores seriam rapidamente esquecidos. A fama, efémera, não passaria de uma ténue recordação de um passado glorioso.
Um braço repousou sobre o seu ombro. Olhou para trás e viu uma figura familiar. Franzino, um homem de dentes desalinhados, amarelecidos pela sucessão de cigarros que aspirava durante o dia, sussurrou-lhe: "Estou contigo. Não cairás sozinho." O seu primeiro treinador, o homem que apesar da sua pobreza o retirou de um orfanato e acreditou nas suas potencialidades era, para ele, mais que um pai. Fora o principal responsável pela sua ascensão meteórica. No auge, foi renegado por ordens do agente que lhe prometeu fama e fortuna. Pashi saiu do anonimato da multidão para restaurar uma amizade perdida, um perdão concentrado num gesto.
Kuamu, o promotor do combate, conversava com o árbritro. Secretamente, entregou-lhe um envelope, sem remetente ou destinatário, apenas dois algarismos: 1 e 9.
#8
Ricardo Moura Pais, Arraiolos
19-03-2010
Shinozuka atravessava a cidade, atribulada e feérica como sempre. Não parara sequer para uma refeição rápida, tinha urgência em chegar a casa. Um nervoso miudinho percorria o seu corpo magro e endurecido por anos de disciplina e rigor. Tinha urgência em chegar a casa.
No bolso do casaco aquele envelope subtilmente entregue por Kuamu fervia de inquietação e destilava mistério.
Depois do combate, das cerimónias e dos discursos, ainda se sentiu tentado a abri-lo e a acabar com a curiosidade que o consumia. Conteve-se. Entrava em casa e, sem cumprimentar a mulher, fechou-se no seu pequeno e despojado escritório. Quando abriu o envelope, a surpresa não se dissipou: um bilhete de avião, para o dia seguinte. O destino ficava a 19.000 Km de distância.
#9
Ricardo Moura Pais, Arraiolos
24-03-2010
Um amargo de boca. Como justificar a partida apressada, a bagagem arrumada à pressa, a ansiedade latente. Ao mesmo tempo uma vontade indócil de perceber.
As quase 27 horas de distância, as escalas na Europa, as esperas e as dúvidas, tinham um destino.
Como pronunciar esta palavra tão estranha, já incrustada no seu pensamento : Flo-ria-nó-polis.
#10
Nuno Grosso, Lisboa
26-03-2010
"Tudo diferente", pensava Shinozuka. O tempo quente e húmido era o que restava do mundo de onde viera há 27 horas e onde havia estado todas as outras horas antes dessas. Conseguira justificar a sua ausência com um convite de última hora para arbitrar um torneio internacional. E ali estava, num país que não conhecia para entregar um envelope a um homem que nunca vira: Aito Sato. Dele apenas sabia que foi um dos kyodai de uma importante família Yakuza, entretanto desaparecido. Recebera a carta de Kuamu que apenas lhe disse: "Depois disto a tua dívida está paga". Sato, Kuamu e ele. Todos intermediários. Operários de uma linha de produção, responsáveis por apertar um parafuso de uma peça que nunca viriam a conhecer. A inquietação voltou. Num impulso abriu o envelope. Nele encontrou duas coisas: uma carta onde se podia ler "Obrigado" e uma chave com uma placa e um número, 19.
LN
Silencio - Exercicio
Pego num pedaço de silêncio. Parto-o ao meio,
e vejo saírem de dentro dele as palavras que
ficaram por dizer. Umas, meto-as num frasco
com o álcool da memória, para que se
transformem num licor de remorso; outras,
guardo-as na cabeça para as dizer, um dia,
a quem me perguntou o que significavam.
Mas o silêncio de onde as palavras saíram
volta a espalhar-se sobre elas. Bebo o licor
do remorso; e tiro da cabeça as outras palavras
que lá ficaram, até o ruído desaparecer, e só
o silêncio ficar, inteiro, sem nada por dentro.
Nuno Júdice
segunda-feira, 5 de abril de 2010
Sempre que Abril aqui passar - música de Zé Mário Branco
Eu vim de Longe
José Mário Branco
Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou
Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão
Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou
Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou
E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser
Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer
Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar
LN
O plano B acabou por ficar muito mais próximo do que imaginei que alguma vez o plano A ficaria
domingo, 4 de abril de 2010
Carinhoso , Pixinguinha
BOA Páscoa
Carinhoso
Pixinguinha
Composição: Pixinguinha/ Joao de Barro
Meu coração, não sei por que
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim
Foges de mim
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Ah se tu soubesses como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Marisa Monte a cantar, muito bonita
LN
sábado, 3 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Portugal is a funny country
É um programa inacreditável .... "Depois da Vida"
Só vi um pouco na internet , uma parte com o Presidente da Camâra de Santarém - Moita Flores.
Indescritivel este programa de televisão.
E tem muita audiência.
Se quiserem vejam o que diz aqui neste Blog , O Blog da Mafalda , que afirma que o programa "Depois da Vida" foi um sucesso. ( e podem ver partes do programa do Youtube).
Mas que povinho este, mesmo muito inteligente e crédulo!
Deêm-lhe mais lixo destes que o Povo adora...
Agora o Post do Blog 100 Reféns - Os homens choram mais na presença de Julia Pinheiro
que é escrito por Tiago Mesquita, que achei muito divertido
Os homens choram. Mas com a apresentadora Júlia Pinheiro por perto a probabilidade "disso acontecer aumenta exponencialmente. O Presidente da Câmara de Santarém que o diga.
"Se à apresentadora Júlia Pinheiro juntarmos uma "Médium" britânica de nome Anne Germain temos comoção garantida. Anne veio a Portugal auxiliar as pessoas que pretendam contactar familiares e amigos falecidos. Isto e ajudar a apresentadora a praticar o inglês, um tanto ou quanto enferrujado diga-se.
Só Anne é que os ouve, os mortos entenda-se, o que é conveniente para ela e para alguns vivos, especialmente para os que deviam dinheiro ao falecido. Portanto em termos de contacto a Anne Germain da TVI está para os mortos como o Extreme da Vodafone está para os vivos.
Mas atenção que nada disto é exploração dos sentimentos alheios. Não. O"Depois da vida" é um programa sério e com boas intenções. Se fosse uma brincadeira tinham contratado a Linda Reis. Com Anne fica assegurada a veracidade do programa.
Até porque o português mais facilmente acredita num aldrabão se ele vier do estrangeiro. O ar sóbrio e distinto ajuda e nesta matéria a Linda Reis sairia sempre a perder. Vê-la a dançar o Kuduro em fio dental intimida qualquer ser vivo. Mesmo que este já tenha o sobretudo de madeira vestido há uns anitos.
O Presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores, foi a 1ª vítima deste novo programa da TVI. Começou por chorar e acabou a rir. Como eu. Aliás qualquer pessoa mais sensível a esta coisa das línguas terá chorado com a tradução que Júlia tentou fazer de Inglês para português. A fazer lembrar o mítico empregado Manuel da série Fawlty Towers, com o não menos mítico John Cleese.
Foi estranho ver um homem com o passado de Francisco Moita flores, perito em investigação criminal, habituado a ouvir as maiores patranhas, acreditar em tudo o que lhe dizem assim à primeira, só porque Anne o diz e Júlia traduz. Ou terá ele começado a rir quando percebeu o filme onde estava metido?
Mas tratando-se de um programa da Júlia Pinheiro até se entende. A irrefutável sabedoria com que se abordam os temas deixa qualquer um desarmado. Mesmo quem tenha passado grande parte da sua vida com a pistola no bolso.
No próximo programa teremos provavelmente o Ex Inspector da PJ Gonçalo Amaral a falar com a pequena Maddie. Pode ser que a miúda convença os pais a deixarem-no vender os livros que já entopem a entrada da garagem. "
LN