Um Post so bre os Resultados das Presidenciais do Blog CANTIGUEIRO
Com duas bonitas imagens que também colo aqui, com o texto do Samuel.
Num cenário de tão grande descrença nas instituições, no futuro e na própria democracia, que leva mais de metade dos eleitores a ficar em casa; num cenário em que o medíocre que faz de Presidente da República é reeleito com cerca de vinte e cinco por cento dos eleitores inscritos, perdendo meio milhão de votos em relação à sua própria primeira eleição – o que nunca tinha acontecido; num cenário em que o respeito dos eleitores pela política e pelos políticos os leva, por um lado, a não votar – como já apontei – e aqueles que votaram, fazerem-no, ou em Fernando Nobre, cuja única “ideia programática” foi exatamente o ataque aos partidos e aos políticos... ou, no limite, naquela “coisa” da Madeira, que teve um número de votos na sua terra (onde em vários Concelhos ficou mesmo em primeiro lugar, Funchal incluído) que é bem demonstrativo daquilo que mais de trinta anos de “Jardinismo” apalhaçado e demente podem fazer a um povo e à democracia; finalmente, num cenário em que a humilhação de Alegre, sozinho e triste na hora da derrota, humilhação promovida pela canalhice vingativa de Soares e a insanável contradição do apoio do PS, do BE e do MRPP, somada à impopularidade do Governo, era mais do que previsível, chega então a hora de dizer aquilo que penso do resultado do meu candidato, Francisco Lopes.
Penso que foi curto e injusto. Porque o empenho e a qualidade de Francisco Lopes mereciam mais. Porque o programa da sua candidatura e as ideias que levou a todo o país, mereciam mais. Porque aqueles que o apoiaram, dando o melhor de si, mereciam mais. Porque a democracia e a ideia de futuro que defendemos merecia e exigia mais, muito mais! Porque o facto de ser a única candidatura que se apresentou de consciência e mãos limpas, sem compromissos com a política de direita que nos trouxe a este abismo, mereciam muito mais, muitíssimo mais!
Mesmo assim, perante todos os cenários que acabo de descrever, é notável que esta candidatura de Francisco Lopes tenha segurado o seu eleitorado, na sua quase totalidade, mostrando que para além daqueles muitos que ficaram em casa, exaustos pelas dificuldades e pelo desencanto, mas que ainda será possível trazer novamente para a luta, muitos e muitos milhares tiveram a dignidade de vir às urnas, contra tudo e todos, afirmar a sua determinação e coragem para enfrentar o que aí vem... de cabeça levantada.
Segundo as próprias palavras do candidato comunista, «Cada voto pesará na acção para abrir um caminho novo para Portugal».
Segundo as próprias palavras do candidato comunista, «Cada voto pesará na acção para abrir um caminho novo para Portugal».
Daí que, como disse ao princípio, esta reflexão não seja, de forma alguma, para encerrar o assunto, mas para o abrir. Se possível todos os dias e de portas e janelas escancaradas. Para que fluam as ideias, para que o ar puro alimente e areje as discussões e, sobretudo, para que entre muita gente... e fique. Naquela que é sua casa!
Há muito mais Futuro que Passado
Embora não concorde totalmente com a parte final do texto do Samuel , acho que é um bom resumo dos resultados destas eleições.
Luis Neves
3 comentários:
É realmente pena. E não me refiro ao órgão cutâneo que reveste o corpo das aves. É por este tipo de análises que os votos no pcp se traduzem nos resultados expressos. Registo de aviltante o argumentário sobre "a "coisa" da Madeira ...que é bem demonstrativo daquilo que mais de trinta anos de “Jardinismo” apalhaçado e demente podem fazer a um povo e à democracia". Porque progressista e de vanguarda, com populações instruídas, informadas e activamente civicas, deduzo que sejam concelhos como Serpa, Avis, Cuba, Portel e mais seis. Os outros, onde se lê Jardinismo deve ler-se Socratismo.
Sobescrevo totalmente o texto no que se refere ao regime da Madeira e do sr. Alberto João Jardim.
Não percebo porque considera aviltante o que é escrito no texto sobre a "Coisa" da Madeira que se refere ao sr. Coelho que teve 39% dos votos na Madeira.
Se é da Madeira deve conhecer os inumeros casos de perseguições politicas e não só que o Regime autonómico do PSD faz a quem é de esquerda na Madeira. Se não conhece essas perseguições é porque se interessa tanto pelo que se passa na Madeira, como eu me interesso pelo que se passa no Azerbeijão.
Mas não é de admirar porque o Sr. Alberto João Jardim é um político que já vem do Antigo Regime Fascista que vigorava em Portugal antes de 1974, e que tinha como divertimento o perseguir Comunistas.
Segundo o Presidente da Madeira João Jardim, um alto dirigente Social Democrata, a Constituição Portuguesa deveria ser revista e PROIBIR os Partidos políticos que tenham a ideologia Comunista. Sim , o sr. Jardim gosstaria de elegalizar os Partidos Comunista e Bloco de Esquerda da vida política portuguesa.
Nada de original, pois lembro-me que personagens sinistras como Oliveira Salazar, e os homens da União Nacional , partido que governou Portugal e ilhas durante decadas, já praticaram esse tipo de ideias política (48 anos de ditadura). Também um senhor de nome Silva País que era director de uma outra "coisa" que se chamava PIDE-DGS tinha como uma das suas competências seus Prender e Torturar Comunistas.
O Jardinismo é uma continuação desse pensamento de Partido único , um demagogo, populista , que detem o poder e utiliza o poder para se perpetuar no Poder. Tem apenas a máscara da democracia que lhe dá um estatuto de democrata.
Por mim dava a independência à Madeira já. Eles que se governassem sósinhos com o seu Jardim e o seu Coelhinho da Páscoa.
Luis Neves
Que bonito que é ser a razão no mar da desventura.
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