Publicada no Blog Cantigueiro - A Pomada de Posse (O empossado não é melhor que este trocadilho patete)
Depois de ler algumas notícias sobre a infinidade parola de pormenores do protocolo exigido na cerimónia de tomada de posse de Cavaco Silva, pormenores como: quem cumprimenta, quem chega primeiro, quem pode aplaudir, quantos jovens serão convocados, qual o bobo de serviço, etc., etc., ad nauseam... decidi renovar os meus votos de “Por mim, já ias à tua vidinha!”, com este texto seguramente pouco protocolar.
Hoje, poucas horas depois do momento em que escrevo, este traste tomará posse para um segundo mandato como Presidente da (pobre) República. A não serem descobertas provas irrefutáveis da ligação do espertalhaço a um, ou vários dos casos de trafulhices protagonizadas pelos seus amigos e protegidos, trafulhices a que o seu nome tem sido ligado, serão mais cinco anos de indigência política, de discursos patéticos, de manobrismo bacoco, sempre com foco num único interesse: a sua própria figura.
Este mandato terá, no entanto, uma novidade: a “coragem” presidencial. Uma injeção de “coragem” de fancaria, só possível pelo facto de já não estar em causa nenhuma futura eleição do cidadão Aníbal Cavaco Silva, nem para PR, nem para cargo algum... sendo esta, provavelmente, a única boa notícia em toda esta estória.
Seja como for, vinte e poucos por cento de portugueses votaram nele... e mandam as regras destas eleições e desta democracia que ele possa ocupar o lugar de Presidente... mesmo nessas condições.
Já vai tarde para fazer grandes discursos, para os quais não tem nem cultura nem dom de palavra. Já vai tarde para cometer grandes actos de Estado, para os quais não tem dimensão.
Meu Presidente, nunca será! Meu, é apenas o embaraço de ter tal figura a representar Portugal.
Samuel
Grande texto do Samuel
LN
quinta-feira, 10 de março de 2011
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3 comentários:
As contas segundo esta perspectiva:
Cavaco 23,11%
Alegre 8,61%
Nobre 6,14%
Lopes 3,12%
Coelho 1,97%
Moura 0,69%
Um escândalo. Porque como é sobejamente conhecido, em eleições unipessoais, quem opta pela abstenção está no fundo a escolher o candidato com apelido começado por l (que se lê ele).
A democracia não é só constituida pelo acto de votar e pelos resultados maioritários expressos em eleições livres.
É claro que o Prof. Cavaco é o Presidente legitimamente eleito por os portugueses que quiseram ir votar.
O que é um facto é que se fizer bem as contas, tem que olhar para o seguinte número que não quis pôr em comparação que é: 76,88% dos eleitores não quiseram Votar neste Presidente. Ou seja mais de 3/4 dos eleitores não quiseram ir votar neste Presidente. Portanto é um resultado que se pode ler como o próprio bem entender. Não digo que é um escândalo, digo que é um resultado à dimensão da personagem, ou seja "muito fraquinho".
Não sei se conhece a lei dos Referendos em Portugal, que também é outra forma de ouvir a vontade dos cidadãos. Segundo a Lei o Resultado do Referendo só é Vinculativo se a participação no acto referendário for de pelo menos 50%. Por exemplo quando da 1ª votação da chamada "lei do IVG (que permite o Aborto)" o resultado não´era suficiente para obrigar o parlamento a não passar a lei.
Por exemplo no Brasil o voto é obrigatório.
Luis Neves
O que é que sabe que nos possa explicar que leve a que o "facto" seja "76,88% dos eleitores não quiseram Votar neste Presidente". Não haverá dentro desse número uma réstiazinha que seja daqueles que estavam com dor de cabeça e não lhes apeteceu a maçada, os que não querem nenhum presidente os que como eu, estavam muito distantes da mesa de voto entre as 8 e as 19?
O Luis é pelo voto obrigatório?
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