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Ecce Homo
O homem que ainda ouve o eco do
mundo, que não se limita a olhar para
si próprio, que respira o estrume das
civilizações e o perfume da vida,
não tem tempo para este silêncio. A
sua voz nasce do mais fundo da ira
que aflige os que não sabem de onde
vêm; a sua dor cresce como a planta
que corrompe a alma dos que se
perderam, e não se lembram já para
onde vão. O homem de pé tem
a idade que lhe quiserem dar; os
seus braços erguidos são os de todos
os que os deixaram cair; os seus
olhos vêem o que já não sabemos
ver. Mas este homem precisa da nossa
voz, para que o silêncio não o
afaste de nós. Este homem continua
a hesitar, quando os gritos lhe chegam
de cada lado do horizonte. Este homem
tem no rosto o espanto do que fizemos;
e continua a andar, como se ainda houvesse
um rumo para os seus passos.
Nuno Judice
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