Ou isto ou aquilo
Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
Cecilia Meireles
LN
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
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3 comentários:
Apesar de compreender a ideia, este poema nunca me deixou à vontade. Porque penso que a realidade não pode ser nunca reduzida a isto ou a aquilo. E mesmo as nossas escolhas raramente são assim tão claras. Exactamente porque, a maior parte das vezes, não conseguimos entender qual dos dois é melhor.
Este é um dos poemas mais conhecidos da Cecilia Meireles.
E é muito simples de ler a mensagem. Acho que é de um livro de poesia para jovens.
As escolhas pessoais são sempre dificeis, se temos de abdicar de coisas importantes.
Obrigado pela tua visita.
Já não tenho muito mais poemas da Cecilia para colocar. Acho que vou mudar de Poeta!
E vou pôr umas coisas sobre constelações do céu de Agosto.
Sim, este poema é dirigido às crianças, tal como outros poemas que li aqui e tal como o primeiro que li de Cecília Meireles (embora não o soubesse na altura). Era "O mosquito escreve” e estava num livro da escola.
Dela tenho a Antologia Poética publicada pela Relógio d’Água, 2002 (a 1.ª edição é de 1963).
Aguardo a mudança de poeta e as “coisas sobre constelações do céu de Agosto”.
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