quinta-feira, 26 de maio de 2011

"Quando a austeridade falha", Votar CDU

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"Tornou-se evidente que a Grécia, a Irlanda e Portugal não serão capazes de pagar as suas dívidas na totalidade, embora Espanha talvez se aguente." As palavras são de Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia, num texto que hoje é publicado no jornal "i".



Sob o título "Quando a austeridade falha", o artigo de opinião de Krugman arrasa a política seguida pelo Banco Central Europeu, que insiste que a estabilidade da moeda e o equilíbrio orçamental são a resposta a todos os problemas financeiros que os países da Europa atravessam.

"Por trás desta insistência estão algumas fantasias económicas, em particular a da fada da confiança - isto é, a convicção de que cortar na despesa vai de facto criar emprego, porque a austeridade vai criar confiança no sector privado", escreve Krugman. "Infelizmente, a fada da confiança está a fazer-se rogada e a discussão em torno da melhor maneira de lidar com esta realidade desagradável ameaça tornar a Europa o centro de uma nova crise financeira."

Para Krugman, as condições do empréstimo à Grécia fizeram com que o país se endividasse demasiado: "Os líderes europeus ofereceram empréstimos de emergência aos países em crise, mas apenas em troca de compromissos com programas de austeridade selvagens, feitos sobretudo de cortes da despesa. A objecção de que estes programas põem em causa os seus próprios objectivos - não só impõem efeitos negativos drásticos à economia, mas ao agravar a recessão reduzem a receita fiscal -, foi ignorada."

Para Krugman só há uma solução: Como a confiança ainda não reapareceu, a crise tem-se agravado e agora Grécia, Irlanda e Portugal estão em risco de não conseguir pagar as dívidas. "Se quiser ser realista, a Europa tem de se preparar para aceitar uma redução da dívida, o que poderá ser feito através da ajuda das economias mais fortes e de perdões parciais impostos aos credores privados, que terão de se contentar com receber menos em troca de receber alguma coisa. Só que realismo é coisa que não parece abundar."

Alemanha e BCE têm-se oposto a esta reestruturação da dívida, pondo em causa o próprio Euro."Se os bancos gregos caírem, a Grécia pode ser forçada a sair do euro - e é fácil ver como isto pode ser a primeira peça de um dominó que se estende a grande parte da Europa. Então que estará o BCE a pensar?", pergunta Krugman.

E termina com mais uma pergunta arrasadora: "Estou convencido que isto é apenas falta de coragem para enfrentar o fracasso de uma fantasia. Parece-lhe tolo? Quem é que lhe disse que era o bom senso que governava o mundo?"

Noticias.rtp.pt

Nunca citámos tanto Krugman como agora, mas é óbvio que o argumento de autoridade ajuda a passar uma conclusão que devia ser evidente para todos: uma economia anémica com problemas estruturais de competitividade, para mais sujeita a um programa procíclico selvagem em plena recessão, não consegue pagar empréstimos com este tipo de juros - nem os dos contratos antes contraídos, nem os que vêm associados ao pacote BCE-FEEF-FMI.

Por isso talvez fosse bom que se abandonasse as conversas sonsas em torno da boa fé de Portugal como devedor e se encarasse a realidade - em moldes democráticos e mais cedo do que tarde.

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1 comentário:

Anónimo disse...

CDU 2009 ?